relação entre comerciantes e fregueses nas feiras da Prefeitura se intensificou ainda mais graças à tecnologia e aos novos serviços ofertados por causa da pandemia. Delivery, grupos de entrega pelas redes sociais e até o PIX, meio de pagamento instantâneo por transferência, agora são aliados dos comerciantes. Quem é idoso ou evita sair de casa pode contar com entrega em domicílio ou ir apenas buscar a encomenda.

A médica aposentada Barbara Sandra Asbahr, 73 anos, é freguesa fiel da banca de Lúcia Boganika na Feira do Bigorrilho, às quartas. Com a pandemia, desde o ano passado, ela deixou de ir ao local, mas, como não abre mão de adquirir frutas e verduras da feirante, ingressou no grupo do WhatsApp de clientes que recebem os alimentos em casa.  

“Lúcia sabe como gosto das frutas, verduras e legumes. Assim, fico tranquila que tudo será da melhor qualidade”, afirma Barbara. Lúcia Boganika conta que as vendas por delivery começaram tímidas, a partir de março de 2020, mas foram crescendo com o avanço da pandemia.

“Hoje, já tenho clientes fixos que pedem para entregar em casa. A maioria é mais idoso, entre 65 e 75 anos, mas também há gente jovem que prefere não sair às ruas”, conta ela.

Os pedidos são feitos, normalmente, no dia anterior à realização da feira próxima à residência do freguês.

No dia, montamos os kits e entregamos na casa do cliente, tudo embalado e protegido.  Alguns até não tão perto assim. Tem freguês que mora a uma quadra, mas há quem more a oito quilômetros”, explica Lúcia, que também trabalha com a família nas feiras do Batel, Jardim das Américas, Vila Hauer e Mercês.

Na barraca comandada por Ursulina (Sula) Cavílio, na Feira do Bigorrilho, a atenção da equipe se divide entre os clientes que estão escolhendo os produtos pessoalmente e o grupo de WhatsApp com fregueses que pedem por delivery.

“No dia anterior, começamos a receber os pedidos, a gente seleciona, embala, coloca em pequenas caixas e envia para a casa do freguês durante a manhã da feira. Também há quem pede para separar e vem buscar”, relata Sula, que também comercializa hortifrútis nas feiras do Alto da Glória, Batel e Mercês.

Com a pandemia, os feirantes também estão cada vez mais apostando em novas tecnologias de pagamento para reduzir a chance de contágio da covid-19.

“Além de dinheiro em espécie, os pagamentos podem ser feitos com cartão de crédito ou débito, sem falar que já estamos usando o PIX, que evita o manuseio das maquininhas por nós e pelos clientes”, revela Lúcia.

Estrutura e cuidados

Os curitibanos podem comprar hortifrutigranjeiros, frios, pescados e comidinhas prontas em 89 feiras livres da Prefeitura, entre diurnas, noturnas, gastronômicas, orgânicas e Nossa Feira. Os pontos se espalham por toda a capital e abrem de segunda a sábado, em diferentes horários (confira no link).

Como a capital está na bandeira laranja de risco médio para a covid-19, as feiras livres não funcionam aos domingos até 16 de março.

O uso de máscara é obrigatório nas feiras de Curitiba. Todos os comerciantes foram orientados a dispor álcool em gel 70% e a reforçar a prática de lavagem de mão. “Em local visível, são dispostos materiais informativos sobre como se prevenir. Para evitar aglomerações em frente às barracas e trailers, devem ser feitas demarcações com fita adesiva no chão para manter distanciamento de 1,5 metro entre os fregueses. É obrigatório o distanciamento próximo aos trailers que vendem alimentos prontos para o consumo”, completa Luiz Maskow, coordenador de feiras da Secretaria Municipal de Segurança Aliimentar e Nutricional (SMSAN).

No caso do Nossa Feira, que reúne hortifrútis em uma única tenda, há controle de fluxo de fregueses.