Se o 3D tem conquistado espaço no cinema e na TV internacionais, no Brasil ainda faltava aos sets cederem espaço ao formato. Até hoje, só uma animação, “Brasil Animado” (2011) tinha se aventurado pelo 3D. Com a estreia de “Se Puder… Dirija!”, não falta mais. “Há também Amazônia 3D (documentário, coprodução da brasileira Gullane Filmes com a França), mas um filme feito no Brasil é ótimo. Há grande potencial”, diz Marlene Songin, da Real D, empresa americana que fornece equipamentos para os cinemas Cinemark, UCI e Cinépolis e que abriu escritório no Rio. “Hoje, de 25% a 30% do mercado se deve ao 3D. Muito da digitalização das salas ocorreu por conta disso”, comenta Adhemar de Oliveira, do circuito Espaço Itaú de Cinemas.

Se exibir 3D exige mais custos e tecnologia específica, o mesmo vale para as filmagens. Além de um kit de câmeras específico, é preciso pensar a linguagem. “Há os cálculos técnicos, claro. E outros detalhes importantes, como não cortar as cabeças dos atores em cena, pois a câmera 3D ‘corta’ mais na imagem final”, explica o estereógrafo (diretor de fotografia 3D) Pedro Guimarães. “É sempre preciso filmar planos mais abertos, cenas amplas com muitos detalhes, que serão mais bem percebidos em profundidade do que os closes”, explica. “O mais importante é pensar o filme em três dimensões desde o roteiro. Isso não só melhora a linguagem como barateia a produção.”