O piloto brasileiro Hélio Castroneves conseguiu nesta sexta-feira, mesmo fora das pistas, a maior vitória de sua carreira. Ao lado de sua irmã e empresária, Katiucia, ele foi absolvido da acusação de sonegar ao fisco norte-americano US$ 5,5 milhões em impostos, entre 1999 e 2004. Com o veredicto do júri do Tribunal de Miami, após quase sete semanas de julgamento, os dois se livraram de uma pena de pelo menos seis anos de prisão – o antigo advogado deles, Alan Miller, também foi inocentado.

Após a divulgação da sentença, Helinho e Katiucia, emocionados, comemoraram abraçados a absolvição. “Agradeço a Deus, aos meus fãs e a todos os que rezaram por mim. Esta foi uma prova muito dura”, afirmou o piloto brasileiro, que pagou fiança de US$ 10 milhões para responder ao processo em liberdade – ele chegou a ser preso e algemado quando a acusação foi feita, em outubro. “Sou um estrangeiro que estava sendo julgado no estrangeiro, mas estou muito agradecido de ter recebido um julgamento justo.”

Absolvido em seis das sete acusações a que foram indiciados – todas por sonegação fiscal e evasão de divisas -, Helinho e Katiucia ainda não estão totalmente livres da Justiça norte-americana. O sétimo caso, acusação de conspiração fraudulenta, foi anulado pelo juiz Donald Graham, porque não houve uma decisão unânime entre os 12 jurados após seis dias de deliberação. “Vamos analisar as opções antes de determinar de que maneira seguir com este caso”, comentou a porta-voz da promotoria em Miami, Alicia Valle.

Bicampeão das 500 Milhas de Indianápolis (2001 e 2002) e atual vice-campeão da Fórmula Indy, Helinho tem o apelido de Homem-Aranha, por comemorar suas vitórias subindo no alambrado das pistas. Em 2007, ele ficou ainda mais famoso nos Estados Unidos ao ganhar o popular programa de tevê “Dancing with the Stars” (Dança dos Famosos). Mas, com a acusação, o piloto de 33 anos, que mora em Miami há mais de 10 anos, chegou a ser apontado pela revista norte-americana Time como um dos 10 mais notáveis sonegadores de impostos dos EUA – ficou em 8º lugar na lista liderada pelo gângster Al Capone.

De acordo com a promotoria de Miami, Helinho teria usado uma empresa offshore no Panamá para ocultar rendimentos recebidos de sua equipe na Fórmula Indy, a Penske Racing Team, e da empresa brasileira Coimex, sua ex-patrocinadora. A irmã do piloto, por trabalhar como sua empresária, foi citada como cúmplice no processo, assim como Allan Miller, que era o seu advogado na época. Ao todo, eram sete acusações contra ele, envolvendo fraude, sonegação fiscal e evasão de divisas.

Agora, após ser inocentado, Helinho espera voltar a competir o mais rápido possível. “Em vez de ir para a Disneylândia, eu quero ir para Long Beach para correr. Eu vou voltar às corridas”, avisou o brasileiro, citando a próxima etapa da Fórmula Indy, que já acontece neste domingo – nesse período afastado das pistas por conta do julgamento, ele foi substituído pelo australiano Will Power. Seu retorno às pistas, porém, deve acontecer somente no dia 25 de maio, quando a equipe Penske pensa em colocar três carros para competir nas 500 milhas de Indianápolis.