Não é apena o machismo que ainda está fortemente presente na sociedade brasileira. O homossexualismo também é visto de maneira ambígua no país, apontou a pesquisa Tolerância social à violência contra as mulheres, realizado pelo Sistema de Indicadores de Percepção Social do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Mais da metade das 3.810 pessoas entrevistadas entre maio e junho de 2013 acreditam que casais de pessoas do mesmo sexo devem ter os mesmos direitos dos outros casais. Embora o número de pessoas que concorde seja significativo, apenas 31,6% concordam totalmente, enquanto 32,6% discordam totalmente (18,5 concordam parcialmente).

Apesar da aparente tolerância, com também mais da metade dos entrevistados concordando com o casamento homossexual (38,8% concordam totalmente e 12,9% parcialmente), a maioria dos entrevistados (46,2% contra 41,1%) não acredita que um casal de dois homens vive um amor tão bonito quanto entre um homem e uma mulher.

Além disso, a esmagadora maioria apontou ficar incomodada ao ver dois homens ou duas mulheres se beijando na boca em público (59,2%).

O modelo patriarcal de família, além de pressupor a supremacia masculina, centra-se num arranjo familiar composto por homem, mulher e seus filhos. O modelo é androcêntrico e heteronormativo: coloca o homem e o masculino como referência em todos os espaços sociais. O universal, o neutro é masculino; e o homem que deve deter o poder – de decisão, de mando, de recursos e sobre o corpo e a mente da mulher. A união entre pessoas do mesmo sexo aparece, portanto, como uma subversão em que 8 homens ocupam lugares de mulheres. A adesão estrita ao modelo dá azo à homofobia, e assim, a rejeição à homossexualidade é esperada, conclui a pesquisa.