A história elaborada pelo secretário da Comunicação Social, Airton Pisseti, segundo a qual sua participação na campanha eleitoral do Paraguai estaria se daria em finais de semana, em caráter pessoal, e fora dos dias de expediente no governo começou ontem a ruir como um “castelo de cartas”. As revelações feitas pelo deputado Jocelito Canto (PTB), de que na verdade Pisseti passou só em janeiro, dez dias no País vizinho, colocam por terra as justificativas do secretário, e revelam mais uma vez o absoluto descompromisso do atual governo com a austeridade e a moralidade pública.


Confissão
O governo agora terá que explicar afinal de contas se as informações de Jocelito são ou não verdadeiras. E tem a obrigação de informar o quanto antes as datas das viagens e períodos em que Pisseti passou no exterior. Qualquer demora ou vacilo implicará em confissão tácita de culpa.


Na pista
Segundo deputados de oposição, os problemas do secretário da Comunicação só começaram. Informações extra-oficiais apontam que não só Pisseti viajou em dias em que devia estar trabalhando na secretaria, como teve passagens e despesas pagas pelos cofres públicos estaduais.


De fininho
De acordo com parlamentares ouvidos pelo JE, na verdade Pisseti não deve mais voltar ao cargo. O pedido de férias, iniciadas na quarta-feira, teria sido apenas uma tentativa de fazer o assunto ser esquecido na esperança de escapar de uma punição. Se depender dos parlamentares, porém, essa hipótese está descartada.


Tempo
O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TER/PR) ainda não finalizou o julgamento do vereador Pedro Rocatelli, de São Manoel do Paraná, que responde processo por infidelidade partidária. O PPS solicitou ao TRE a perda do mandato do vereador, mas a Corte decidiu converter o feito em diligências, ou seja, pediu complementação do processo para tomar sua decisão.


Precedente
Até agora, o TRE já cassou o mandato de quatro vereadores no estado: Antonio Loir Esconinski, de Quitandinha; João Jorge Marques, de Mandaguari; Dilson Delavy Moraes Passaia, de Espigão Alto do Iguaçu e Ademir Dahmer Belcuron de São José das Palmeiras.


Estréia
A sessão de ontem da Assembléia Legislativa caiu por falta de quorum pela primeira vez desde a entrada em operação do painel eletrônico. Apesar de 38 dos 54 deputados terem registrado presença, na hora da votação apenas 22 continuavam no plenário.


Contra o nepotismo (I)
A Promotoria de Justiça de Palmital, na região central do Estado (a 130km de Guarapuava) ajuizou ontem ação civil pública contra o nepotismo nos poderes Executivo e Legislativo do município. Na ação, o promotor de Justiça Lucas Junqueira Bruzadelli Macedo pede a demissão de 11 parentes de autoridades políticas locais, entre eles três parentes do prefeito Darci José Zolandek, que ocupam cargos em comissão na prefeitura, sem concurso público: a esposa, que ocupa o cargo de secretária da Assistência Social; o irmão, chefe da Divisão de Administração da Prefeitura; e a sobrinha, que é auxiliar administrativa.


Contra o nepotismo (II)
A ação também pede a demissão do filho do vice-prefeito, que é secretário de transportes, de dois parentes do presidente da Câmara de Vereadores, de parentes de outros três vereadores e de dois secretários municipais.



Em alta
A posse de Fernando Francischini na Secretaria Municipal Especial Antidrogas, ontem pela manhã, foi mais do que concorrida. A Polícia Federal compareceu em peso. E teve até petista : o senador Flávio Arns (PT) não só foi como elogiou.


Em baixa
Por essa nem o governador Roberto Requião esperava. O deputado Jocelito Canto (PTB) revelou  as datas em que o secretário da Comunicação, Aírton Pisseti, esteve no Paraguai fazendo campanha para o candidato presidencial Fernando Lugo.