O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB), assumirá o governo do Estado amanhã, em razão das viagens para o exterior do governador Beto Richa (PSDB) e de sua vice, Cida Borghetti (PROS). Traiano ficará no cargo de governador por um período de dez dias. A comunicação das viagens foi feita à Assembleia na manhã de ontem. Richa se ausenta do país para uma viagem à China, à Rússia e à França, para atração de investimentos e negócios para o Estado. A vice-governadora, Cida Borghetti, fará uma viagem à Itália. A viagem de Beto Richa deve se estender por 14 dias; a de Cida 10 dias.

Bate-boca
A viagem do governador provocou muita discussão e bate-boca entre deputados da oposição e da base do governo, na sessão de ontem da Assembleia. Os deputados oposicionistas questionaram, novamente, a coincidência da viagem do tucano com o Grande Prêmio de Fórmula 1 da Rússia, que acontece no próximo dia 11. O líder da bancada de oposição, deputado Tadeu Veneri (PT), lembrou que Richa já viajou para a Europa nessa mesma época, em anos anteriores, e questionou os resultados dessas viagens para o Estado. É um factóide. No dia 11, o governador vai estar na França, ele não vai estar na Rússia, reagiu o líder do governo, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB). Eu prefiro o Beto Richa, ainda que fosse para ver Fórmula 1, do que para negociar o dinheiro público, o Porto de Muriel, com Cuba, Venezuela, comentou o vice-líder do governo, deputado Hussein Bakri (PSC).

Justiça
O governador Beto Richa (PSDB) afirmou ontem estar tranquilo em relação ao envio do processoda Operação Publicano – que investiga cobrança de propina na Receita Estadual – para a Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília. Eu tenho acompanhado com absoluta tranquilidade e, acima de tudo, absoluta crença na Justiça. Todos nós, homens públicos, estamos sujeitos a denúncias, acusações indevidas, acusações levianas, disse o tucano.

Pedagiômetro
Um dia depois de sofrer uma derrota com a aprovação de recurso do deputado Tercilio Turini (PPS) contra decisão da Comissão de Constituição e Justiça, que havia considerado inconstitucional a implantação de um pedagiômetro nas concessões de rodovias do Estado, a liderança do governo na Assembleia pediu a retirada de pauta, por três sessões, do projeto que altera as atribuições da Agência Reguladora do Paraná (Agepar) – responsável pela fiscalização dos pedágios. Romanelli alegou necessidade de ampliar o debate sobre as emendas ao projeto.

Tempo real
A emenda de Turini prevê que a Agepar deve fornecer informações online e em tempo real sobre o valor arrecadado pelas concessionárias e o número de veículos que atravessam as praças de pedágio. Ela foi considerada inconstitucional pela CCJ por supostamente envolver proposta que não tem relação direta com a matéria principal do projeto e por ferir o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

Questão de ordem
A deputada Cristina Silvestri (PPS) – esposa do presidente da Agepar e ex-deputado César Silvestri (PPS) – provocou risos generalizados, ontem, ao contestar o deputado Maurício Requião Filho (PMDB), que criticou a criação de 18 novos cargos na agência. Requião questionava o fato do governo propor a criação de novos cargos com salários de mais de R$ 10 mil mensais, em um momento de crise e ajuste fiscal. O dinheiro da Agepar não é dinheiro do governo, mas dinheiro do contribuinte, rebateu Cristina Silvestri.