A porta da rua na Internazionale está aberta para Adriano. Não com todas as letras, mas subentendida em declarações polidas e ambíguas. Trata-se de uma espécie de jogo de morde e assopra. O presidente Massimo Moratti afirma, em entrevistas, que o brasileiro não cometeu nenhum ato de indisciplina e que está dispensado de atividades no fim de ano para tratar de mais uma contusão. Já o técnico José Mourinho, mais evasivo, diz que aguarda o atacante de volta no dia 2 de janeiro, mas admite que, se fosse ele, trataria de seguir a vida em outro clube.
Depois do período de recuperação no São Paulo, no primeiro semestre deste ano, ele retornou para a Itália disposto a retomar lugar na Inter. Teve algumas oportunidades com Mourinho, substituto de seu desafeto Roberto Mancini, mas em seguida voltou a esquentar o banco. A explicação oficial se restringia a vagas informações a respeito de forma física.
O caldo entornou no meio da semana passada. Segundo o La Gazzetta dello Sport, Adriano chegou embriagado a um treino e imediatamente foi despachado para os vestiários. O clube desmentiu essa versão e garantiu que o artilheiro estava contundido. Por isso, teria ficado fora do jogo do último domingo, com o Chievo.
O time ainda tem mais um compromisso antes do fim de ano — joga no sábado com o Siena, na 17ª rodada do Campeonato Italiano. Mesmo assim, Adriano foi liberado para viajar para o Rio. Sob a justificativa de que terá mais condições de acelerar o processo de cura.