O mito do italiano como latin lover se tinge agora de rosa: as italianas conquistaram o “primeiro lugar” europeu no quesito erótico, sendo as mais ativas sexualmente do velho continente. É um recorde que não corresponde, porém, à devida atenção aos métodos contraceptivos para evitar a gravidez indesejada: apenas 29% usa a pílula anticoncepcional, sendo que a média na União Européia é de 34%.

As informações sobre o comportamento sexual das mulheres européias são da pesquisa internacional “Yasminelle”, que entrevistou 11,5 mil mulheres entre 15 e 49 anos de 14 países e teve a coordenação da Sociedade Européia de Contracepção.
   
O estudo foi apresentado hoje em Berlim, na sede da farmacêutica Bayer Shering, que lançou uma nova pílula anticoncepcional com menor quantidade de estrógeno e com benefícios para as mulheres graças a um novo hormônio.
   
As italianas se revelaram as mais “calientes” da Europa: 59% delas têm mais de uma relação sexual por semana, a média mais alta da Europa. Depois delas, vêm as tchecas (com 57% registrando uma ou mais relações sexuais por semana), as russas com 56%, as francesas com 55% e as espanholas com 54%. As austríacas ficaram em último, com uma média de 38%.

Mas a pesquisa revela que, apesar da intensa atividade sexual, os métodos contraceptivos representam um calcanhar de Aquiles para as italianas: se a pílula é o mais usado dos métodos contraceptivos sendo a escolha de uma entre três européias, na Itália ela é usada por apenas 29% delas, a média mais baixa da Europa.
   
Entre as italianas, segundo a responsável pelo ambulatório de endocrinologia ginecológica e controle da fertilidade no hospital Santa Chiara da Universidade de Pisa, Franca Fruzzetti, “surgem agora dúvidas sobre os métodos de contracepção além do tradicional coito interrompido e o preservativo e isso porque as mulheres têm muitas dúvidas sobre os efeitos dos hormônios e são muito exigentes ao escolher um tipo de contracepção por via oral”.
   
Um dado alarmante é que em nível europeu uma grande quantidade de mulheres não usa qualquer método contraceptivo para evitar a gravidez indesejada, enquanto 30% não usam qualquer preservativo em relações sexuais e só 20% consultaram um ginecologista sobre prevenção e contracepção desde o início da atividade sexual.
   
E se, em média, as européias têm o primeiro contato com contraceptivos aos 18 anos (16 anos na Alemanha e países escandinavos), na Itália e Espanha, isso acontece apenas aos 20 anos. Quanto à idade ideal para ter o primeiro filho, a média das mulheres européias é 25 anos, enquanto um terço das italianas dizem esperar até os 30.
   
O estudo diz ainda que os homens são geralmente responsáveis pela escolha do método contraceptivo das parceiras. Em média, 75% têm um papel decisivo na escolha, sendo 89% na Áustria e 67% na França.