A crise da Vasp forçou Luiz Antônio Brience, 46 anos, a mudar de profissão. Ex-comissário de bordo, formado em Direito, ele decidiu se especializar em Comércio Exterior e começou a estudar chinês. Colega de classe dele, o piloto Fernando Amado Ferreira, 41, era o único que falava chinês dos candidatos a uma vaga na Embraer — e levou o emprego.
E é principalmente a necessidade que tem levado muitos brasileiros a procurar pelo ensino do idioma oficial da China, o mandarim. Em Curitiba, o curso do Centro de Línguas e Interculturalidade (Celin) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) viu saltar de duas turmas de mandarim para 12 neste ano.

Segundo a diretora do Celin, Mariza Riva de Almeida, que também é coordenadora do curso de chinês, é o aumento da demanda a respensóável pelo maior número de classes. “Através da procura pelo chinês, percebemos a necessidade de montar o curso, e com o tempo, de abrir também novas turmas”, afirmou Mariza.
Mariza acredita que o interesse em conhcer mais sobre a China é que fomenta a procura, e também o fato de o país ter ser tornado o que ela denomina “expoente de negócios”. A coordenadora  destaca que os cursos do Celin tentam sempre adequar o material didático e as aulas às necessidades dos alunos.

“Para atender mellhor aos nossos alunos, nós procuramos desenvolver o material didático, temos também professores nativos, ou seja que vieram da China, de Taiwan, e partimos da perspectiva que língua e cultura caminham juntas”, comentou a diretora do Celin. Um difernecial do Celin é que por se tratar de um centro de línguas de uma universidade (UFPR), desenvolve-se também um trabalho de pesquisa sobre o país e o idioma.

Já o Centro Cultural e Assessoria Empresarial China-Brasil (Chinbra) em São Paulo, foi inaugurado há seis anos e orgulha-se por ser a única escola de mandarim do País que é  recomendada pelo Consulado Geral da República Popular da China no Brasil. Um dos difernciais da Chinbra é oferecer duas “vertentes” do mandarim, aquele falado na China Continental e também aquele que é falado em Taiwan.
A fundadora e proprietária do Chinbra, Liang Yan, afirma que a procura pelo idioma aumenta a cada ano, pois muitos profissionais e empresários acreditam que a língua oficial da China pode possibilitar novas oportunidades de negócios. “O mandarim é um idioma de futuro”, comentou Liang Yan.

O conselheiro cultural da embaixada chinesa no Brasil, Shu Jian Ping, justifica o aumento pela procura de cursos de chinês. “O fortalecimento das relações econômicas, políticas e culturais entre os dois países é determinante”, afirma. “O ensino da língua é essencial para promover o intercâmbio cultural”.
Embora a embaixada não tenha um levantamento oficial com o número de cursos de chinês oferecidos em São Paulo, o professor David Jye Yuan Shyu, da faculdade de letras com especialização em chinês na USP, contabiliza 30 escolas de idiomas.