Os gestores municipais dispõem de mais um instrumento para monitorar se os programas federais para a área da saúde sexual e reprodutiva chegam à rede pública.


Lançada pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), a publicação Indicadores Municipais de Saúde Sexual e Reprodutiva reúne dados demográficos referentes à saúde sobre 5.564 municípios brasileiros.


A representante da UNFPA no Brasil, Tânia Patriota, afirmou que nem sempre as ações na área implementadas pelo governo federal a todos os municípios, principalmente às pequenas cidades.


Por isso, segundo ela, é preciso que os gestores tenham conhecimento sobre a realidade local, para que possam adequar os programas às especificidades de seus municípios.


O propósito desse livro é, justamente, permitir às pessoas que tomam decisão em nível municipal conhecer a realidade desse lugar e ajustar os programas para assegurar que a população tenha cobertura e atendimento de qualidade nos serviços de saúde


Resultado de quatro anos de trabalho, o manual enumera os indicadores que podem ser mais relevantes para os administradores interessados em melhorar o quadro da saúde sexual e reprodutivo da população. Entre eles estão ocorrências de mortalidade materna e disponibilidade de serviços de atenção pré-natal, ao parto e de métodos contraceptivos.


Nem sempre se sabe se esses insumos chegam até o usuário. Sabe-se que há um encaminhamento dos métodos e aproximadamente quantas mulheres em idade reprodutiva precisam ou usam, mas nem sempre se sabe se as necessidades de cada grupo estão sendo atendidas, disse Patriota.


A ampliação da oferta de métodos anticoncepcionais reversíveis, como são chamados os métodos não-cirúrgicos, é um dos principais eixos de ação da Política Nacional de Direitos Sexuais e Reprodutivos, lançada em março de 2005 pelo Ministério da Saúde.


A representante do UNFPA destacou que, para garantir à população uma boa saúde sexual e reprodutiva, os gestores municipais precisam levar em conta fatores como variações etárias entre as mulheres em idade reprodutiva.


As mulheres jovens talvez não usem tanto o DIU [dispositivo intra-uterino, método anticoncepcional] , mas usam uma pílula. As mulheres que já tiveram vários partos podem preferir um método mais definitivo.


De acordo com Patriota,a divulgaçãodo manualserá feita coma ajuda do Ministério da Saúde. Ela disse que o ministério estuda a proposta de incluir a publicaçãonos trabalhos de capacitação que já são oferecidos a gestores municipais de saúde.