Estados Unidos — Monitores da Organização das Nações Unidas (ONU) que estavam tentando chegar ao local do mais recente massacre na Síria foram baleados, disse ontem o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que classificou o massacre como chocante e repugnante. Ban falou sobre o ataque em um discurso à Assembleia-Geral da ONU. Ele afirmou que o presidente da Síria, Bashar Assad, perdeu toda a legitimidade. O chefe dos observadores da Organização das Nações Unidas (ONU) na Síria, general Robert Mood, disse que seus monitores têm sido impedidos pelas tropas do governo de chegar ao local dos mais recentes assassinatos em série. Em um comunicado, ele afirmou que algumas patrulhas da ONU foram também paradas por civis na região e que os observadores foram informados pelos moradores que a segurança deles estaria em risco se eles entrassem em Mazraat al-Qubair, na província de Hama. Grupos de oposição da Síria afirmaram que milicianos a favor do governo mataram dezenas de pessoas, entre elas mulheres e crianças, na quarta-feira à noite em Mazraat al-Qubair. O número exato de mortos e as circunstâncias em que ocorreram seguem impossíveis de serem confirmadas. A Síria rejeitou o comunicado de Mood, classificando-o como totalmente sem base.

Revolta
Paquistão — A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, condenou ontem o governo da Síria pela violência simplesmente inconcebível, acusando o presidente Bashar Assad de intensificar a repressão que já deixou milhares de mortos. Mostrando a primeira reação americana a notícias que grupos de oposição sírios descrevem como um novo massacre na quarta-feira, Hillary afirmou: Estamos revoltados com o que vemos acontecendo. A violência patrocinada pelo regime, que testemunhamos de novo em Hama ontem, é simplesmente inconcebível, afirmou. Assad aumentou o nível de sua brutalidade, e a Síria não vai e não pode ser um lugar pacífico, estável ou democrático até Assad não deixar o poder. Uma organização disse que milicianos a favor do governo mataram pelo menos 78 pessoas, entre elas mulheres e crianças, na província de Hama.

Otan
Afeganistão — O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, disse ontem que 18 pessoas que morreram no ataque da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no dia anterior, no leste do país, eram civis. A Otan informou até agora que não possui registro de vítimas civis no ataque contra uma casa na província de Logar. A organização e as tropas afegãs buscavam um líder local do Taleban quando, segundo a Otan, elas ficaram sob fogo e pediram o ataque aéreo. Isso é inaceitável. Não pode ser tolerado, disse Karzai, em um comunicado condenando o ataque em Logar. Ele criticou a Otan pode não ser capaz de fornecer uma explicação para as vans lotadas de corpos de mulheres e crianças que os moradores exibiram aos jornalistas. O gabinete de Karzai informou que o presidente conversou com um homem que era parente de algumas das vítimas e prometeu uma investigação completa e a responsabilização dos culpados.

Ataques
Iraque — Ataques na região central do Iraque deixaram pelo menos sete mortos ontem em meio a um recente aumento dos distúrbios, interrompendo uma relativa calma em Bagdá. A violência ocorre dias após um carro-bomba matar 25 pessoas na sede de uma fundação religiosa xiita na capital iraquiana, durante um longo impasse político por questões sectárias. Uma série de explosões em Bagdá matou 17 pessoas no último dia 31. A violência no Iraque diminuiu dramaticamente desde o pico de 2006-2007, mas ataques permanecem comuns, especialmente em Bagdá e em seus arredores. Um total de 132 iraquianos foram mortos pela violência em maio, de acordo com números oficiais.

Oxigênio
Egito — As condições de saúde do ex-presidente do Egito Hosni Mubarak se deterioraram tanto que os médicos tiveram de constantemente administrar oxigênio para ele durante a noite, disseram fontes na prisão de Torah, no Cairo, onde o ex-líder cumpre prisão perpétua. Elas afirmaram que o ex-presidente precisou receber oxigênio durante a noite e inclusive nesta manhã. Disseram que Mubarak, de 84 anos, continua a sofrer com problemas de respiração, alta pressão e depressão. Mubarak foi condenado à prisão perpétua no último sábado por fracassar em impedir a morte de manifestantes durante o levante que derrubou o regime do ex-líder no ano passado. Mubarak e seus filhos Gamal e Alaa foram citados em acusações de corrupção.

Limite
Afeganistão — O secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, pressionou ontem o Paquistão a fazer mais para combater a rede terrorista Haqqani, ligada à Al-Qaeda, alegando que a paciência com o país está chegando ao limite. Em uma conferência no vizinho Afeganistão, Panetta repetidamente enfatizou a frustração dos EUA com o fato de os agressores estarem cruzando a fronteira a partir do Paquistão. É primordial que o Paquistão pare de permitir que terroristas usem o país como um local de segurança para conduzir ataques contra as nossas forças, afirmou ele junto com o ministro de Defesa afegão, Abdul Rahim Wardak. Já alertamos sobre isso várias vezes e vamos continuar, mas, como disse, estamos chegando ao limite da nossa paciência. As críticas explícitas e repetidas de Panetta ante a falta de ação do Paquistão.