Um dos empreiteiros acusados de participar do esquema de corrupção descoberto na Petrobras afirmou a investigaodres da Operação Lava Jato que pagamentos feitos à consultoria do ex-ministro José Dirceu eram parte da propina cobrada pelo esquema.
Atualmente preso em Curitiba, o presidente da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, disse que os pagamentos a Dirceu eram descontados das comissões que sua empresa devia ao esquema, que correspondiam a 2% do valor dos seus contratos a Petrobras.
Um representante de outra empreiteira sob suspeita, a Camargo Corrêa, afirmou aos investigadores que a empresa decidiu contratar os serviços de Dirceu por temer que uma recusa prejudicasse seus negócios com a Petrobras.
Os relatos dos empreiteiros, feitos durante reuniões com investigafores da Operação Lava Jato e não em depoimentos formais, chamaram atenção por revelar detalhes sobre a maneira como o ex-ministro se aproximou dos fornecedores da Petrobras.
Homem forte do início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dirceu caiu em meio ao escândalo do mensalão e foi condenado a dez anos de prisão no julgamento do caso. E hoje cumpre pena de prisão domiciliar, em Brasília.
Detalhes sobre os negócios do ex-ministro como consultor foram revelados na semana passada, quando o juiz Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato na Justiça Federal, divulgou um relatório da Receita Federak sobre a consultoria de Dirceu.