RANIER BRAGON E DÉBORA ÁLVARES BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Primeiro relator do processo de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Fausto Pinato (PP-SP) renunciou a sua vaga no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. O movimento pode abrir espaço para uma virada de Cunha que, na fase de apreciação do relatório preliminar, foi derrotado por uma margem apertadíssima -11 a 9. Ao justificar sua saída do Conselho, Pinato disse que não se sentia à vontade de permanecer na vaga que cabe ao PRB no colegiado após ter mudado para o PP. Ele foi substituído por Tia Eron (PRB-BA), ligada à Igreja Universal. Pinato afirma acreditar que a deputada seguirá a posição que ele manteve em seu relatório, contrária à Cunha. “Creio que ela seguirá o relator, se fizerem diferente será um absurdo, um tiro no pé. Existem provas absurdas [contra Cunha]”. Pinato foi destituído da relatoria do processo contra Cunha após o vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), acatar uma questão de ordem de aliados do peemedebista. O parlamentar foi substituído por Marcos Rogério (DEM-RO), que também elaborou um relatório contrário à Cunha. O Conselho é composto por 21 deputados. O processo agora está na fase de recolhimento de provas e oitiva de testemunhas. Em seguida, o relator vai elaborar mais um parecer que, novamente, será submetido ao plenário do colegiado, antes de seguir para apreciação no plenário da Câmara.