GUILHERME MAGALHÃES
SÃO PAULO, SP – O rastro de destruição deixado por manifestantes na quinta-feira ainda era visível na manhã desta sexta (20) no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.
Lixeiras quebradas, fachadas de imóveis pichadas e até vasos de plantas destruídos estavam por todo o caminho feito pelos cerca de 1.300 manifestantes do MPL (Movimento Passe Livre) entre o final da tarde e a noite de quinta.
Rebouças, Eusébio Mattoso, marginal Pinheiros, Teodoro Sampaio e Fernão Dias foram as vias mais atingidas pela onda de depredações.
A Polícia Militar diz que foi “traída” pelo MPL, pois fez um acordo de não acompanhar de perto do protesto sob a condição de que não houvesse violência. Ao menos cinco agências bancárias e três lojas de carros de luxo do grupo Caltabiano, foram depredadas.
Nenhum estabelecimento fechou o balanço para calcular os prejuízos até este momento, mas só em uma das lojas da Caltabiano 12 automóveis, avaliados em cerca de R$ 2 milhões, foram danificados.
A loja de produtos e materiais para escritório Kalunga, localizada na avenida Rebouças, fechou mais cedo na quinta-feira (19) após ser avisada da aproximação de “black blocs” que participavam da manifestação.
Segundo o gerente da loja, Rogério Melo, a unidade deveria fechar às 18h, mas antecipou em meia hora o fechamento por causa das depredações que ocorriam perto dali. Uma pessoa, não identificada, alertou aos funcionários que um grupo de vândalos se aproximava do estabelecimento.
“Como estava perto do horário de fechamento, o melhor a fazer foi antecipar”, disse Melo.
Perto dali, na avenida Eusébio Mattoso, revendedora da marca de veículos Mini, pertencente ao grupo Caltabiano, vai voltar a adotar procedimentos que eram frequentes no auge dos protestos, principalmente no ano passado.
“Antes, a gente já retirava os carros do showroom para evitar depredações. Ontem não fizemos isso, mas um vidro da loja foi quebrado. Agora, o mais seguro é reforçar a segurança noturna e voltar a recolher os veículos toda vez que tiver manifestação”, disse o gerente comercial Jayme Veríssimo.
Na próxima segunda-feira (23), outro protesto está marcado para acontecer na região. Integrantes do movimento “Se Não Tiver Direitos, Não Vai Ter Copa” prometem se concentrar a partir das 15h na praça do Ciclista, na avenida Paulista.