O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha confirmou nesta sexta (17) a libertação dos dois reféns alemães que o grupo islâmico Abu Sayyaf havia sequestrado nas Filipinas em abril passado. O doutor Viktor Okonek Stefan, 74, e sua companheira, Henrite Dieter, 55, estão sob proteção de membros da embaixada alemã em Manila, segundo informou o ministério. O grupo islâmico exigia um resgate de 4 milhões de euros pelos dois, que foram sequestrados quando navegavam em um veleiro no sudoeste do arquipélago.

O governo de Berlim não falou sobre um eventual pagamento do resgate nem de outra possível negociação em troca da libertação do casal. Nas Filipinas, o grupo Abu Sayyaf havia relatado anteriormente a libertação dos alemães e disse que recebeu o resgate pouco antes de vencer o prazo definido para matar um deles. Os reféns foram libertados às 20h45, no horário local (9h45 em Brasília), perto da cidade de Patikul, na ilha de Sulu.

Horas antes, um colaborador do grupo relatou que a milícia havia recebido o resgate, mas não informou como a transação foi feita nem qual foi o valor que teria sido pago. Os sequestradores foram cercados pelos homens do Exército filipino, que foram enviados à ilha, localizada a cerca de 980 quilômetros ao sul de Manila, para localizar os reféns. O ultimato do Abu Sayyaf para matar Okonek vencia nesta sexta às 15h no horário local (4h em Brasília), mas, pouco antes de o prazo vencer, o grupo aumento o período em duas horas se houvesse notícia do pagamento do resgate.

Em 25 de setembro, os islamistas ameaçaram decapitar os reféns se não recebessem o resgate e se a Alemanha não retirasse seu apoio à ofensiva norte-americana contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI). O Abu Sayyaf, ligado à Al Qaeda, é composto por cerca de 400 rebeldes e ainda tem como reféns dois europeus -uma holandesa e um suíço-, um malasiano e dois chineses.