A renda e a taxa de analfabetismo dos catadores de material reciclável também é um ponto importante do diagnóstico. Na região Sul, o rendimento médio de R$ 596,9 só não é menor que o do Nordeste — R$459,34. Em situação oposta está a taxa de analfabetismo que é de 15,5% no Sul e só não é mais baixo que no sudeste — 13,4%.

O estado do Paraná mostra claramente esse oposto. O salário médio mensal no estado é de R$ 580,12. Esse valor só é maior do que Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará dentre todos os 18 estados que compõe as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte presentes no estudo. O Nordeste não entrou na comparação porque é a única região com renda menor do que a região Sul.

Para o coordenador da pesquisa, Sandro Pereira Silva, é importante ressaltar que apesar dos valores, quase todos os estados — inclusive os da região sul — tiveram a média de salário acima do salário mínimo da época, de R$ 510.  A renda média brasileira em 2010 desses trabalhadores foi de R$ 571,56.

Nesse ponto também temos que levar em consideração algumas variáveis como as horas trabalhadas. Por ser um trabalho informal, não há como se precisar se eles trabalham três ou oito horas diárias. Também temos que levar em consideração que é uma categoria muito heterogênea, comenta Silva.

Em outra vertente está a taxa de analfabetismo. Na região Sul essa taxa é de 15,5%, uma das menores do País, só perdendo para o Sudeste — 13,4%.É importante ressaltar que essa taxa, apesar de ser uma das menores do País ainda é alta em comparação com a de analfabetismo entre toda a população da região, que é de 5%.

Ainda na questão de escolaridade, a região Sul não vai tão bem no porcentual de catadores de material reciclável que possuem o ensino fundamental completo. Apenas 20%, quando a média nacional é de 24,6%. Quando a pergunta é sobre quem já completou o ensino médio, o percentual também é baixo. Quase 8% dos catadores da região Sul estão nessa situação, enquanto no Brasil a média é de 11,4%.