As informações sobre o volume de lixo que cada município despeja no aterro sanitário do Caximba estão acessíveis ao público. O Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente, órgão do Ministério Público, disponibilizou na internet um acompanhamento sobre o material lançado no principal aterro da Região Metropolitana de Curitiba, como forma de pressionar as 15 cidades que usam o espaço a melhorar a gestão de resíduos e adiar seu iminente colapso.
No relatório, o MP relata que o volume total de lixo jogado no Caximba passou de 670 mil para 707 mil toneladas de 2005 para 2006. O acompanhamento, com o total discriminado por município, está na página www.mp.pr.gov.br/cpmeio/ma_index.html. O MP estima que, sem redução no montante de lixo depositado diariamente, o Caximba atinja seu limite em dois anos.

Curitiba é responsável por 70% deste montante. No ano passado, a cidade contribuiu para reduzir o material com a remodelação do Lixo que não é Lixo. De acordo com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), o incremento do programa fez crescer o volume de material reciclado em 39% em 2006, em relação ao ano anterior. “Mas esta média ainda pode ser melhorara. Seguimos investindo na divulgação do programa e em educação ambiental”, afirma Mário Sérgio Rasera, ex-secretário e superintendente de controle ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Mas, para o MP, a reciclagem é só uma das medidas indicadas para reduzir o volume de lixo aterrado. “Enquanto os municípios não fizerem compostagem, não adianta nada”, afirma o procurador Saint-Clair Honorato Santos, referindo-se ao processo que transforma de lixo orgânico (normalmente restos de comida) em composto utilizável na agricultura. De acordo com o procurador, cerca de 40% do lixo levado ao Caximba é orgânico, e através da compostagem todo este volume deixaria de ser levado ao aterro.

De qualquer forma, a lei federal 11.445/07, sancionada em janeiro, obriga os prefeitos a executarem programas de reciclagem e compostagem no prazo de um ano. “A lei veio um pouco tarde, mas corrobora com tudo o que vínhamos cobrando das autoridades públicas”, disse Santos.