Quarenta por cento. Essa é a porcentagem de brasileiros que sofrem de halitose (mau hálito), segundo a Associação de Pesquisas dos Odores Bucais (ABPO). E o pior de tudo é que a maioria dessas pessoas não sabe que sofre desse mal. Não importa se é pai, mãe, namorada, namorado ou esposa, comunicar a alguém que ela tem mau hálito é algo constrangedor. Um verdadeiro tabu.

Mas, o que é halitose? É o cheiro desagradável do ar expelido pelos pulmões, através da boca e das narinas pode estar relacionado a problemas estomacais, renais, hepáticos, nutricionais, constipação, uso de medicamentos controlados e ansiolíticos, uso de álcool, tabaco e  outras drogas. No entanto, 96% ou mais dos casos de halitose se devem à presença de saburra lingual.

A saburra é uma placa bacteriana lingual que se apresenta como um material viscoso e esbranquiçado ou amarelado, que se adere à parte superior da língua em maior proporção na região de trás. A principal causa da saburra é a diminuição do fluxo salivar, que é provocada em grande parte pelo estresse diário, com a presença de uma saliva mais gosmenta e que facilita a aderência de microrganismos e de restos epiteliais e alimentos sobre o dorso da língua, explica a doutora Fátima Caldeira.

Segundo a profissional o diagnóstico de halitose deixou de ser uma coisa meramente estética e abrange também o lado emocional e social do paciente. É importante ressaltar que o individuo que tem o problema sofre preconceito na escola, faculdade, trabalho e até em casa. E a situação só agrava se for uma criança, pois os coleguinhas de sala vão zombar da situação, diz.

A especialista ainda lembra que é essencial que o profissional esteja capacitado para fazer o diagnóstico, pois quando a pessoa é alertada sobre o problema a primeira coisa que faz é procurar tratamento odontológico. O dentista tem que saber diferenciar uma halitose real, que é um problema mais sério, de uma momentânea.

Não existem segredos para se livrar da halitose. A melhor maneira de evitar o problema chama-se prevenção. Remover a saburra por meio de limpadores linguais (existem vários no mercado e todos cumprem o prometido). É importante manter a superfície da língua o mais oxigenada possível, com o uso de oxidantes, que podem ser desde a água oxigenada diluída ou até fórmulas manipuladas em farmácias.

Balas sem açúcar, gomas de mascar, gotas de suco de limão com um pouco de sal ou uma ameixa japonesa estimulam a salivação e evitam o acumulo de bactérias. Outra dica preciosa é cuidar da alimentação (evitar o excesso de proteínas, gorduras e alimentos condimentados) e manter uma freqüência de ingestão de alimentos a cada 3 ou 4 horas. Aumentar o uso de frutas secas e vegetais, beber água com um intervalo menos,  evitar bebidas alcoólicas e o fumo.