THALES DE MENEZES RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O canadense Shawn Mendes, do alto de seus 19 anos e um punhado de canções decoradas por sua legião de fãs adolescentes como ele, disse estar nervoso para cantar no Palco Mundo, diante de 100 mil pessoas. Mas passou no teste. O garoto parece um artista sincero, longe de ser armação de gravadora. É um trovador na linha direta com James Blunt e Ed Sheeran, seu ídolo declarado. E este que se cuide, porque Mendes tem estofo para arriscar mais. Já começou seu show no Rio com o jogo ganho. As meninas da plateia, algumas com 11 ou 12 anos, sabiam todas as músicas de cor. Vale o registro: foi provavelmente a plateia com mais pré-adolescentes da história do Rock in Rio, superando a noite de Katy Perry em 2015. Era comum ver grupos de dois ou três adultos (pais? tias?) acompanhando grupinhos de cinco ou mais garotas. A apresentação foi simples, com o rosto sorridente de Mendes estourado no telão. Alguns de seus hits, como “Mercy” e “Never Be Alone”, são peças pop consistentes. A performance de “Never Be Alone” foi um belo momento de celulares acessos em braços erguidos. Os pais da garotada devem ter sentido saudade das baladas em shows antigos de rock que eram celebrados com a amão no alto segurando isqueiros acesos. O cantor tem um repertório curto, mas redondinho. Baladas e músicas mais aceleradas convivem bem. “Holding Me Back” é uma escolha acertada para a abertura do show, se bem que nesse instante as fãs entram em tamanha euforia ao ver o ídolo que talvez nem escutem o que ele está cantando. Para finalizar, seu hit mais pegajoso, “Treat You Better”, é praticamente um pandemônio. Shawn Mendes não vai esquecer esse Rock in Rio. Algumas milhares de garotinhas também não.