A informação publicada pela imprensa, com base em declarações da ministra Dilma Roussef (da Casa Civil), de que o governo decidiu suspender o programa de concessão de sete trechos de rodovias federais e passar a cobrar pedágios públicos para manutenção de estradas, por meio de uma empresa estatal, surpreendeu os transportadores de cargas. Segundo Geraldo Vianna, presidente da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas & Logística), se a informação se confirmar, trata-se de um decisão tomada sem consulta aos principais interessados, no caso os transportadores de cargas, e que representa um retrocesso na política que vinha sendo adotada.

“Os governos já chegaram a cobrar pedágios para manutenção de estradas, como aconteceu durante muito tempo na Presidente Dutra, na Ponte Rio-Niterói e na Osório-Porto Alegre. E a experiência mostra que eles, decididamente, não são bom gestores desses recursos”, afirma Vianna, ressaltando que, desde o início do programa de concessões, o setor tem feito críticas à forma como as tarifas são estabelecidas, mas aposta na adequação do sistema vigente, de modo a reduzir os valores do pedágio.

Para Vianna, a suspensão do programa de concessão só faria sentido se o governo tivesse uma proposta para gerir as estradas com os recursos de impostos que já são cobrados da sociedade, entre os quais a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Público). Segundo o presidente da entidade, suspender as concessões rodoviárias significa alterar algo que tem dado certo. “Inegavelmente, as rodovias concessionadas são as melhores do país, tanto em aspectos como manutenção e conservação quanto de sinalização e atendimento ao usuário”.