LEANDRO COLON, ENVIADO ESPECIAL
ATENAS, GRÉCIA (FOLHAPRESS) – O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, defendeu nesta segunda-feira (29) que os gregos votem contra um acordo com os credores internacionais no plebiscito convocado para o próximo dia 5.
“Nós temos o direito de termos a nossa solução. O plebiscito é uma arma para nós, para o povo grego”, disse, em entrevista na noite desta segunda (29) [no horário grego] ao canal ERT.
“Se tivermos um alto número de pessoas votando ‘não’, estaremos numa posição mais forte”, ressaltou o premiê.
Segundo ele, a Grécia pode sobreviver sem um programa de resgate financeiro externo. O primeiro-ministro ressaltou ainda que um voto contra o acordo não significa a saída imediata do país da zona do euro.
Tsipras repetiu, no entanto, que vai respeitar a decisão tomada na votação de domingo (5), mesmo que seja a favor de um acordo.
O pedido de Tsipras é o oposto do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que pediu, nesta segunda (29) aos gregos que digam sim ao acordo.
Do partido de esquerda Syriza, Tsipras convocou o plebiscito no próximo domingo depois da falta de um acordo com os credores, no caso, FMI (Fundo Monetário Internacional), BCE (Banco Central Europeu) e a zona do euro.
A Grécia precisa pagar uma dívida de 1,6 bilhão de euros nesta terça-feira (30) ao FMI. Para tanto, diz que precisa desbloquear o acesso a 7,2 bilhões de euros, última parcela do socorro recebido de FMI e BCE desde 2010.
Os credores fazem exigências fiscais para liberar o recurso, algo que o governo de Tsipras resiste. “As instituições não queriam um acordo em comum, mas impor medidas”, afirmou o premiê nesta segunda.
Diante do impasse e do calote previsto, o governo grego fechou bancos nesta semana e impôs controle capitais, ou seja, restrições bancários, incluindo limite de saques de 60 euros por dia.