Valente, que estreia hoje nos cinemas de Curitiba, é a história de uma arqueira escocesa ruivinha chamada Merida, que decide desafiar sua mãe, romper com as tradições e seguir seu caminho. Mas um mal entendido com uma bruxa transforma a mãe dela em urso, e a jovem precisa reunir todas as suas forças para salvar sua família.
A personagem não é uma princesa no estilo Disney, atrás de um príncipe escantado, e sim uma jovem “presa entre a adolescência e a idade adulta”, segundo o co-diretor Mark Andrews.
“Um dos temas de Valente é seguir o seu destino”, disse Andrews a jornalistas, em recente entrevista nos Estados Unidos. “Temos o controle do nosso destino? Podemos ter controle sobre o nosso próprio destino se formos valentes o suficiente para olhar dentro de nós mesmos e encontrar o que realmente há por lá.”
Brave, uma espécie de viagem de iniciação, trata da relação mãe-filha, ao abordar temas como a transformação, a aceitação do outro e o preço a ser pago pela maturidade.
Para Andrews, o centro do conflito entre Merida e sua mãe é que elas não querem ouvir uma a outra. Querem que a outra renuncie a tudo porque cada uma considera que sua maneira de ver as coisas é, evidentemente, a melhor.
O filme multiplica as proezas técnicas que caracterizam a Pixar, em particular com a fascinante animação dos cabelos ruivos da princesa e a representação das paisagens escocesas.
Com Valente, o estúdio espera deixar para trás o revés sofrido com Carros 2 (2011), uma produção que sofreu com a crítica e foi ignorada pelo Oscar, além de ter arrecadado apenas 550 milhões de dólares em todo o mundo, ou seja, metade do arrecadado por Toy Story 3 (2010).
Valente marca o início do uso de uma nova tecnologia no cinema. O longa-metragem animado da Pixar chegou às salas norte-americanas neste final de semana como o primeiro filme a usar o Atmos, a nova arma da Dolby para trazer qualidade sonora às produções. De acordo com o site Spectrum IEEE, o desempenho oferecido é incrivelmente superior ao 7.1 utilizado nas exibições de Toy Story 3em 2010. Também pudera, já que ele permite a utilização de 128 elementos de sons em 64 alto-falantes.
De acordo com o responsável pela mixagem de som da animação, Will Files, o Atmos é a tecnologia ideal para fazer com que o público sinta determinadas sensações. Segundo ele, como não é possível passar calor ou frio pela imagem, cabe ao áudio oferecer algo que gere uma experiência semelhante. Desse modo, essa nova qualidade oferecida pela Dolby se assemelha muito à ideia de resolução de imagem: quanto mais pontos existirem na sala, mais naturais serão os barulhos.
Em seus 17 anos de história, a Pixar, pertencente à Walt Disney Co, se tornou o mais confiável estúdio de Hollywood. Desde Toy Story, em 1995, seus 12 longas já faturaram mais de 7,2 bilhões de dólares nas bilheterias mundiais, segundo a Hollywood.com.