Eleito deputado federal, com 177.324 votos, o presidente da Assembleia Legislativa e do PSDB do Paraná, Valdir Rossoni, afirmou que no segundo turno o candidato de seu partido à presidência da República, Aécio Neves, deve equilibrar o jogo contra o PT de Dilma Rousseff. Será uma nova eleição e o Aécio mostrou que estava certo ao dizer que o povo brasileiro tem esperança de mudança porque ninguém aguenta mais o que está acontecendo no país, tantos são os casos de corrupção, de má administração, enfim, de desgoverno, afirmou. O deputado acha que agora, com o mesmo tempo no horário político, será mais fácil o eleitor ter uma visão mais clara das propostas e também de saber o que está acontecendo no país. Por isso acho que a arrancada do Aécio, que começou há pouco tempo, agora será decisiva e ele tem muita chance de tirar o PT do poder.

Ventos
Rossoni disse que o vento da mudança começou a soprar faz uma semana e o que se percebeu claramente nisso foi a vontade da população se manifestar, porque estava represada. No último debate, o Aécio ganhou e alimentou essa expectativa, afirma o deputado. O povo brasileiro sabe a hora de mudar. E essa hora é agora.

Desmentido
Reeleito, o deputado estadual Tadeu Veneri (PT) desmentiu ontem informação divulgada por adversários de que ele teria sido autuado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) acusado de fazer campanha de boca de urna. Em nenhum momento o TRE abordou o deputado no Colégio Estadual Nossa Senhora de Fátima, no Tarumã, onde ele vota. O único questionamento a Veneri foi feito por um homem que se apresentou como Guilherme Luchesi, advogado do PSDB, que teria tentado impedir o deputado de entrar no local, alegando que ele deveria ir para casa assim que votasse, quando segundo o deputado não existe nenhuma lei que impeça qualquer cidadão de circular pelo seu local de votação.

Tal pai, tal filho
As urnas trouxeram más notícias para uma das famílias mais tradicionais da política paranaense. Ex-ministro dos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula, o deputado federal Reinhold Stephanes (PSD) não conseguiu se reeleger. Seu filho, o deputado estadual Reinhold Stephanes Júnior (PMDB), também ficou fora da lista de eleitos para a Assembleia Legislativa.

Acioli pode ir a júri popular
O deputado estadual Roberto Acioli (PV), não voltará a Assembleia Legislativa, porque a única cadeira do PV acabou indo para Rasca Rodrigues. Não reeleito, provavelmente no ano que vem Acioli deverá ser pronunciado pela Justiça comum no caso de homicídio a que responde — e a tendência é que seja julgado por um júri popular. Se tivesse sido reeleito, o caso seria levado ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça. A candidatura de Acioli estava subjudice e poderia ser questionada, mas agora não tem mais nenhum choro.

Encolhimento
A candidata do PT ao governo, Gleisi Hoffmann, saiu da campanha menor do que o candidato do partido ao governo do Estado em 2002. Naquela eleição, o Padre Roque Zimmermann teve 16,4% dos votos da disputa pelo Palácio Iguaçu, ficando atrás de Roberto Requião (PMDB) e Álvaro Dias (PSDB). Fechadas as urnas de ontem, Gleisi teve 14,87% dos votos no Estado.

Desdobramento
A derrota de Gleisi e o má desempenho dela na eleição pode provocar profundas mudanças internas no PT paranaense. Preterido em favor de Ricardo Gomyde (PCdoB) na candidatura ao Senado, o deputado federal Dr Rosinha (PT) já criticava ontem a decisão da cúpula da legenda em rifá-lo. Rosinha integra a ala mais à esquerda da sigla. Além dele, a vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves, e o deputado estadual Tadeu Veneri são outras duas lideranças que discordam da forma como o grupo da ex-ministra conduziu a campanha.

Abalado
A relação entre o PT e o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), também corre o risco de sair abalada da eleição. Petistas reclamam de falta de empenho de Fruet na campanha de Gleisi. O pedetista nega, e afirma que fez o que pode para ajudar a senadora. A verdade é que a situação de Fruet se complica com a eleição de Beto ainda no primeiro turno e pode complicar ainda mais com a eleição de Aécio Neves (PSDB) no segundo turno, o que o deixaria isolado sem apoio para uma reeleição.

Estrutura de Gleisi fica para Dilma
A estrutura da campanha de Gleisi Hoffmann (PT) ao governo será mantida para o segundo turno da campanha presidencial e pode até receber um reforço. Diante do número de votos do tucano Aécio Neves no Estado — ele obteve 3.018.548 votos, o que equivale a 49,79% dos votos, contra 1.972.761 (32,54%) de Dilma Rousseff —, a candidata a presidente petista pode até incluir o Paraná no périplo do segundo turno.

Em alta
Neste primeiro turno da eleição de 2014, 84.349 pessoas se cadastraram para VOTAR EM TRÂNSITO. Mesmo fora do domicílio eleitoral, muitos cidadãos fizeram questão de escolher o próximo governante. Nessa modalidade, foi possível votar apenas para presidente.

Em Baixa
O número de URNAS substituídas nas eleições de ontem foi proporcionalmente igual ao das eleições de 2010. Segundo o terceiro boletim de ocorrências divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), das quase 429 mil urnas usadas, 3.122 foram substituídas, o que corresponde a 0,72% do total.