“Finalmente vamos amadurecer a ideia de aumentar a família.” A frase cheia de esperança é de Ana Paula Pinheiro da Silva, 23 anos, que com o marido Reinaldo Cândido da Silva, de 36, recebeu neste sábado (01), das mãos do prefeito Gustavo Fruet, a chave de sua primeira casa própria. O casal vai viver no Residencial Pinheiros, conjunto localizado no bairro Santa Cândida que passa a abrigar 127 famílias transferidas de áreas de risco nas vilas Parolin e Três Pinheiros. O empreendimento, que inclui quatro casas adaptadas para pessoas com deficiência, foi construído com recursos do programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal.

Ana Paula e Reinaldo moraram por quase oito anos no Parolin e agora visualizam um futuro promissor “Estamos juntos há quatro anos e com a realização do sonho da casa própria, vamos realizar o segundo sonho que é ter um filho”, disse Ana Paula.

“Meu compromisso é com a parcela da população que mais precisa. Hoje é um dia especial pois estamos retirando mais famílias de habitações inadequadas, afirmou o prefeito Gustavo Fruet. Ele destacou que esse trabalho só é possível graças à parceria com o governo federal. Esta casa é uma herança que os beneficiados poderão deixar para seus filhos, disse Fruet.

O investimento na construção do conjunto foi de R$ 6,6 milhões. As casas possuem dois quartos e o empreendimento tem infraestrutura completa, com redes de água, coleta e tratamento de esgoto, energia elétrica, iluminação pública e ruas pavimentadas.

Das 127 unidades, 77 são destinadas a famílias da Vila Três Pinheiros, localizada no bairro Butiatuvinha. Com terreno de topografia bastante acidentada, a vila possui riscos de desabamento das construções que estão nas encostas, além de ter restrições da legislação ambiental para uso habitacional em decorrência de um fundo de vale.

Divanir Malaquias Ferreira, 39 anos, morou com os filhos por mais de uma década na vila Três Pinheiros e passou por situações complicadas no local “Perdemos nossa casa em um deslizamento de terra que teve na região. Agora estou ansiosa porque finalmente vou realizar o sonho de pagar por uma casa que vou ter pra vida toda”, conta a moradora.

Dias chuvosos não serão mais a preocupação da dona de casa Viviana Kuss Hein, 28 anos. Junto com os três filhos, ela morou durante quatro anos em situação precária na Vila Três Pinheiros. Era tanta goteira na casa, que o forro acabou cedendo. Quando chovia molhava a casa toda, conta. Grávida de cinco meses, ela projeta uma nova realidade daqui em diante. Meu próximo filho vou poder criar em um lugar mais digno, com melhores condições. A casa é ótima, estamos muito felizes, ressalta.

As outras 50 casas vão abrigar moradores oriundos da vila Parolin. São famílias que residem em situação de precariedade e vulnerabilidade habitacional, tanto em espaços muito adensados e sem infraestrutura, como em área de risco e de preservação ambiental, às margens do Rio Vila Guaíra.

É o caso da dona de casa Sidineia Rodrigues Oliveira, 33 anos, que morava com o marido Antônio e os filhos Ângelo, 12, e Misael, 6, em uma casa de duas peças no Parolin. Além de dormirem todos no mesmo espaço, o banheiro ficava para o lado de fora da residência, o que incomodava Sidineia. Era horrível ter que sair de casa para usar o banheiro de madrugada. Sem contar que tomar banho sempre foi um desafio, principalmente em dias de chuva ou frio, destaca.

Entre as famílias incluídas no projeto, o serviço social da Cohab detectou a presença de quatro famílias com pessoas com deficiência. Elas foram atendidas com casas adaptadas, com rampa de acesso, portas mais largas e barras de sustentação nos banheiros.

Wanderlei Roberto, 45 anos, é usuário de cadeira de rodas e mora no Parolin há 15 anos. Ele enfrenta bastante dificuldade no que diz respeito à acessibilidade. Precisa transpor obstáculos diariamente para entrar e sair de casa.Entrar e sair de casa não era uma tarefa simples devido aos vários obstáculos. Além disso, para um cadeirante, um simples banho acaba se tornando mais perigoso pela falta de apoio de corrimões, afirma.

Junto com a esposa Cristiane, 29, e a filha Eduarda, 11, ele vai se mudar para uma casa adaptada no Residencial Pinheiros. Agora nossas vidas vão melhorar, não vou sentir nenhuma saudade do lugar onde a gente morava, diz.

O Minha Casa Minha Vida está sendo implantado em Curitiba em parceria da Prefeitura, Cohab e Caixa Econômica Federal. A Caixa libera os recursos e administra a obra; a Prefeitura concede incentivos fiscais e construtivos para as empresas, além de ser responsável pela infraestrutura do entorno dos conjuntos; enquanto a Cohab identifica a demanda e faz a comercialização das unidades.

Com a entrega das 127 casas do Residencial Pinheiros, a gestão do prefeito Gustavo Fruet chega a 6.988 moradias entregues. Mais 1.900 estão em obras.

Estiveram presentes no evento a senadora Gleisi Hoffman, o presidente da Cohab, Ubiraci Rodrigues, e os vereadores Cristiano Santos, Jonny Stica e Pedro Paulo.