No mundo ideal todas as instituições de ensino superior seriam públicas e gratuitas. No mundo real isso infelizmente não é possível. Os recursos do Estado são limitados e devem atender, além da educação, às demandas de saúde, segurança, transportes, investimentos vários, e também ao resgate de uma dívida social secular. Universalizar o ensino gratuito implicaria em desatender alguns desses outros setores, ou em aumentar muito uma carga tributária que já é das maiores do mundo.
Se somarmos os aprovados por ano em todas as universidades públicas do Paraná, teremos aproximadamente 15 mil estudantes, menos de 15% dos mais de 100 mil jovens que concluem o terceiro grau no estado anualmente.
Concluiremos disso que 90 mil jovens têm frustradas suas expectativas de fazer um curso superior todos os anos apenas em nosso estado? Não é o que ocorre, em grande parte pela existência de uma rede de estabelecimentos privados de ensino superior.
O ensino superior privado tem hoje papel importante no desenvolvimento econômico das regiões em que se instala, pois gera emprego em vários níveis, intensifica a procura por qualificação dos professores, desenvolve o comércio e a estrutura de lazer local, promove abertura de livrarias e outros locais dedicados à cultura.
Entretanto, enfrenta até hoje resistência de parte da sociedade, por várias razões, algumas delas de fundo político-ideológico, outras devidas a realidades já ultrapassadas, e algumas ligadas a aspectos práticos.
A qualidade da educação superior privada vem crescendo exponencialmente nos últimos anos. Há poucos segmentos da Economia tão fiscalizados, avaliados e cobrados quanto este, através de mecanismos eficazes, algumas vezes draconianos, do Ministério da Educação. Para credenciamento de uma nova instituição e abertura e reconhecimento de novos cursos, avaliam-se as condições acadêmicas, de pessoal, de infraestrutura e de sustentabilidade financeira. E a cada três anos a instituição e os cursos são reavaliados. As inadequações são apontadas e corrigidas, e, no limite, há descredenciamentos e fechamento de cursos.
Um fator mencionado sempre como impeditivo para cursar uma instituição particular é a mensalidade. De fato, dependendo do curso escolhido, da infraestrutura necessária, as mensalidades podem ser altas. Existem, no entanto, mecanismos de financiamento e de bolsas que permitem ao estudante realizar seu curso, através dos programas do governo federal, de bancos estatais e agora até de bancos privados que iniciam seus programas de crédito educativo. Algumas instituições de ensino também ofertam programas próprios de financiamento, sem carência e sem juros, e muitas vezes o estudante beneficiado conta inclusive com acompanhamento pedagógico, que contribui para com o sucesso acadêmico e a preservação do investimento realizado.
Com qualidade e possibilidade financeira, cresce a inclusão qualificada do jovem no mercado de trabalho, melhorando o país como um todo.
Não é fundamental o fato da instituição de ensino superior ser pública ou privada, mas sim sua capacidade de formar este profissional e cidadão de excelência.

Wanda Camargo – Presidente da Comissão do Processo Seletivo das Faculdades Integradas do Brasil – UniBrasil.