CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – A cena gastronômica de Curitiba está mais diversa. A cidade tem atraído cozinheiros de todo o país e do exterior.  Em abril, o chef celebridade Henrique Fogaça abriu uma filial da hamburgueria Cão Véio no bairro Água Verde. Outras filiais devem chegar à cidade, como um restaurante do chef inglês Jamie Oliver, além do bistrô Paris 6, da capital paulista.

Além das novidades, as casas que já estão com as portas abertas oferecem boas opções de baixa e alta gastronomia. 

Considerado por muitos como um dos melhores restaurantes do país, o Manu, da chef Manu Buffara, propõe uma cozinha autoral com menus de até dez tempos e harmonização com vinhos (R$ 220). O cordeiro com polenta e salsinha é destaque.

Já o restaurante Nomade, dentro do Hotel Nomaa, aposta em pratos elaborados com ingredientes regionais e apresentação impecável. 

Preparada pelo chef Lênin Palhano, a costelinha de porco no mel de abelha jataí e pupunha (R$ 79) e o canelone de ricota da Lapa com espinafre orgânico, gema caipira e cogumelos na brasa (R$ 68) são dois exemplos.

Com culinária igualmente bem executada, mas com o bônus da melhor vista panorâmica de Curitiba, o Terrazza 40 é um bom lugar para jantar a dois. 

A bruschetta de salmão defumado (R$ 24) é uma boa entrada para o soffioti al gamberi (R$ 68,40). Inspirada nos pontos de ônibus da cidade, a estação tubo (R$ 25,90) é uma sobremesa com bolo de frutas vermelhas e um cilindro de chocolate.

Quem quer fartura pode ir no Madalosso. Aberto em 1963, em Santa Felicidade, o lugar foi crescendo até virar um dos maiores restaurantes do mundo, com 4.645 lugares em 7.671 metros quadrados. 

Com 55 mil visitantes mensais, que consomem mais de 54 toneladas de frango, a casa consegue manter o ar caseiro de uma cantina do Vêneto. Muito disso se deve à matriarca Flora Madalosso, 77, que comanda a cozinha até hoje. "Já estou servindo a 6ª geração de Curitiba", diz.

Outros clássicos da cidade são o pão com bolinho (R$ 7), pão francês recheado com almôndega, do Box do Eliseu, no Mercado Municipal. Ou então a carne de onça (R$ 14), espécie de tartar de carne, do BarBaran (41-3322-2912), de influência e decoração ucraniana.

Para beber, um drinque tradicional é o submarino do Bar do Alemão, preparado com uma dose de steinhäger imersa na caneca de chope (R$ 18,30). A porção de salsicha escura bockwurst (R$ 26,70) e o marreco recheado (R$ 93, para dois) estão entre os favoritos da clientela.

Se couber mais um ponto de parada no passeio, vá ao Marbô Bakery, que é bem mais do que uma padaria. Instalado numa casa modernista construída em 1953 pelo arquiteto Lolô Cornelsen, o restaurante e galeria funciona o dia todo. O risoto de pupunha com legumes e castanha-do-pará (R$ 34) é quase tão bonito quanto os cobogós do terraço. 

Galeria Turismo em Curitiba

Conheça a capital paranaense https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/nova/36090-turismo-em-curitiba  

Curitiba, capital da cerveja

Numa manhã ensolarada de sábado na tranquila rua Carlos de Laet no bairro Hauer fica claro o que é a cena de cerveja artesanal em Curitiba. Dezenas de pessoas se reúnem na Cervejaria Bodebrown. Uma banda toca clássicos do rock e do blues com banjo e baixo acústico. Parece uma festa, mas é uma degustação.

Um sofisticado sistema de torneiras controladas por cartões magnéticos pré-pagos permite ao visitante provar o que quiser. No auto serviço estão cerca de 15 tipos diferentes da bebida não apenas os produzidos pela cervejaria fundada ali em 2009, mas rótulos de todo o país. O preço varia de R$ 3 a 4 por 100 ml. "Ocorre toda sexta e sábado, mas não é balada nem point, por isso não tem mesa e cadeira. A ideia é que bebam menos e melhor", diz o mestre cervejeiro Alois Petz, 55.

Outra cervejaria que simboliza a prosperidade do malte na região é a Way Beer, com sede em Pinhais, a 12 quilômetros do centro. Ali é possível provar diversas produções da cervejaria, que hoje exporta 50 mil litros por trimestre para os Estados Unidos.

Em bares como o Hendrix Brew House (telefone 41 – 3093-5743) é possível encontrar grande parte dos melhores rótulos produzidos em pequena escala. Numa reportagem da revista americana Forbes, de 2015, a Hop Arábica, produzida com grãos de café pela Morada Cia Etílica era a segunda melhor cerveja que se poderia provar no Brasil.

A  Procerva (Associação das Microcervejarias do Paraná) já reúne 46 associados. Duas das três primeiras colocadas na última edição do Festival Brasileiro de Cerveja, maior evento do país, realizado anualmente em Blumenau, eram curitibanas -a Bodebrown e a BierHoff. E a cena cervejeira só faz crescer.

 

*O repórter viajou a convite do Curitiba Convention & Visitors Bureau