SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ao menos 23 lojas foram roubadas, na madrugada desta quinta-feira (23), em uma galeria na República (região central de SP). Segundo lojistas ouvidos pela reportagem, este é o sexto crime do tipo que ocorre no local desde o início do ano passado. Ao menos cinco pessoas foram feitas reféns. Ninguém se feriu. 


Segundo uma comerciante, cerca de dez criminosos renderam o vigia e dois faxineiros do Centro Comercial Presidente, por volta das 5h. As circunstâncias em que o trio foi feito refém ainda não foram esclarecidas. “Depois que renderam o segurança, os bandidos entraram com um carro na galeria”, disse a lojista.


A reportagem apurou que os criminosos começaram a invadir as lojas pelo subsolo do local, que é popularmente conhecido como Galeria do Reggae. Todas as vítimas foram ouvidas pelo Agora em condição de anonimato.


Imagens feitas por uma câmera de monitoramento mostram o momento em que um ladrão abre a porta de uma loja, de cabelos naturais, com uma chave mixa (que destrava qualquer tipo de fechadura).


Após abrir o comércio, quatro criminosos entram no local, calmamente, e começam a retirar apliques de cabelo que estavam em exposição. Lojistas afirmaram que o quilo do produto está avaliado em cerca de R$ 1 mil. A quantidade de cabelos levada não foi informada. 


A mesma câmera mostra ladrões levando roupas e tênis de outro estabelecimento, que fica em frente à loja de cabelos. Segundo um funcionário, foram roubados ao menos R$ 35 mil em produtos de vestuário do local.


O bando, sempre com calma, também roubou lojas no primeiro, segundo e terceiro andares da galeria. Em um dos estabelecimentos, foram levados 25 mil dólares, que eram guardados no local por um comerciante. A maioria das vítimas é de origem africana. 


Por volta das 6h, dois funcionários de lanchonetes entraram nos estabelecimentos para começar o dia de trabalho. Os ladrões perceberam, renderam as duas vítimas e também as mantiveram como reféns.


Toda a ação criminosa durou entre uma hora e uma hora e meia. Em seguida, os ladrões fugiram. Eles abandonaram no local sacos cheios com roupas, que não couberam em um dos carros usados para fugir.


A reportagem não conseguiu confirmar quantos veículos foram usados ao todo pelo bando.


Seis crimes em um ano Uma comerciante afirmou que, desde o início do ano passado até esta quinta-feira (23), ocorreram ao menos seis roubos dentro da galeria do Reggae. “Em meu comércio, entraram quatro vezes já”. No caso desta quinta, a loja dela não foi alvo dos criminosos.


“Já aconteceu também de bandidos, com armas, anunciarem assalto, renderem funcionários, e levarem cabelos que estavam à venda”, acrescentou.


A mulher disse ainda que, por conta da sensação de insegurança, não deixa mais produtos na loja quando fecha as portas. “Levo para casa todo dia os cabelos e trago de volta no dia seguinte.”


Resposta A SSP (Secretaria da Segurança Pública), gestão João Doria (PSDB), afirmou que o caso é investigado pelo 3º DP (Campos Elíseos). “A síndica do edifício foi ouvida durante a elaboração do boletim e o setor de investigação trabalha em busca de câmeras de monitoramento que possam auxiliar na identificação dos autores”, diz trecho de nota.