Quem pensa que as belezas naturais do Rio de Janeiro se resumem as praias precisa conhecer o Jardim Botânico. Um dos símbolos da capital carioca, o Jardim Botânico nasceu com o nome Jardim de Aclimação, fundado em 13 de junho de 1808, por Dom João VI que estabeleceu a corte portuguesa no Brasil fugindo das tropas de Napoleão. As primeiras plantas que chegaram vieram das ilhas Maurício, do Jardim La Pamplemousse, entre elas, estava a Palma Mater, comumente conhecida como Palmeira Imperial que, exuberantes, enfeitam a entrada do Jardim até hoje.

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Um verdadeiro santuário ecológico. Assim pode ser definido o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, um dos dez mais importantes do gênero no mundo, que além de abrigar as mais raras espécies de plantas da flora brasileira e de outros países, é uma ótima opção de lazer para crianças e adultos e um deleite para aqueles que querem contemplar a natureza.

Um passeio pelas alamedas do parque, onde animais silvestres fazem parte do cenário ao som da melodia do canto de curiós e sabiás que habitam o lugar, deixam o público fascinado. A exuberância da natureza toma conta do visitante que, deslumbrado pelo colorido e a variedade da flora, captura imagens de todos os cantos, imagens que ficarão registradas na memória e na alma. Entre os cerca de 8200 exemplares da coleção viva do jardim, as atrações ficam por conta de palmeiras imperiais e espécies em extinção, como o pau-brasil, o aracá amarelo e o pau mulato, os canteiros medicinais e os jardins japonenes, sensorial e rotário.

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O orquidário é um espetáculo à parte. Seus três mil exemplares de 600 espécies diferentes deixam qualquer um sensibilizado pela sua rara beleza. Outras atrações são o bromeliário, com cerca de 1700 bromélias de diversas formações, o violetário, a estufa das plantas insetíforas – que capturam e digerem insetos, a coleção dos cactos, considerada uma das maiores do Brasil e a coleção de plantas medicinais. Uma parada obrigatória é a visitação aos seis lagos do Jardim, que abrigam belíssimas espécies de vitórias régia, lótus, papirus e água-pé. Entre eles, o Lago do Frei Leandro, que ganhou um projeto paisagístico e está totalmente recuperado.

Garças, bem-te-vis e borboletas que sobrevoam essa enorme área verde fazem a alegria das crianças. Em contato mais próximo com a terra, elas têm o privilégio de conhecer as mais diversas espécies de plantas e sentir seus diferentes aromas e texturas. As grandes folhas redondas e carnosas da vitória-régia chamam a atenção da garotada, que aprende a respeitar e amar a natureza desde cedo.

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Em perfeita harmonia com o parque, um rico patrimônio histórico e cultural marca presença no Jardim. Edificações históricas e monumentos com obras que datam dos séculos XVI ao XIX contam um pouco da história da região. Lá se encontra a antiga Fábrica de Pólvora construída por D. João VI, a Casa dos Pilões, a Casa dos Cedros, o antigo portal da Academia de Belas Artes e o Solar da Imperatriz. Este último, em 2001, após ser restaurado, ganhou a Escola Nacional de Botânica Tropical – a primeira no gênero na América Latina.

Ao longo de seus 205 anos de existência, o local já recebeu os nomes de Real Horto, Real Jardim Botânico, Jardim Botânico do Rio de Janeiro e, em 1996, virou Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), pela sua importância histórica, cultural, científica e paisagista, ele também foi reconhecido internacionalmente como um Museu Vivo na área da Botânica e definido pela Unesco como uma das reservas da biosfera.

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Ricardo Zerrener/ Riotur

Uma grande comemoração pelo seu 205º aniversário acontece amanhã, com entrada gratuita e muitas atrações para os visitantes. Entre as atividades programadas está a apresentação de O Jardim de Clarice, com a atriz Beth Goulart, em homenagem a Clarice Lispector; o debate Olhares sobre o Jardim e as visitas guiadas pela Trilha Histórica, entre outras atrações. Na saída do Jardim, haverá distribuição de mudas de diversas espécies de árvores. A data também marca o aniversário do Museu do Meio Ambiente.

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Por falar no museu… quem for ao Jardim Botânico não pode deixar de visitar o projeto GENESIS, exposição do fotógrafo Sebastião Salgado, resultado de uma jornada empreendida pelo autor a cantos intocados do globo, em cartaz até o dia 26 de agosto. A mostra traz ao Museu do Meio Ambiente 245 imagens que prometem tirar o fôlego dos visitantes, ao mesmo tempo em que ressaltam as radicais mudanças ambientais que impactam nossa paisagem natural.

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Serviço: O Jardim Botânico (www.jbrj.gov.br ) fica na Rua Jardim Botânico, 1008. O arboreto científico (parque) está aberto aos visitantes de segunda a domingo, das 8h às 17h. Para mais informações, ligue para o Centro de Visitantes
Telefone: (21) 3874-1808 / 3874-1214.
Ingressos: R$6 ( Individual). Gratuidade para Crianças até 7 anos. Adultos a partir de 60 anos. O Museu do Meio Ambiente está aberto de terça a domingo, das 9h às 17h. A entrada é gratuita.
Informações: (21) 2294-6619

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Rodrigo Browne
[email protected]