É preocupação constante entre pais e educadores a qualidade das músicas que bombardeiam nossas crianças no rádio e, principalmente, na TV. Será que essas músicas não são prejudiciais para o desenvolvimento intelectual e emocional das crianças?Uma pesquisa feita pela Universidade Estadual de Iowa, Estados Unidos da América, descobriu que qualquer coisa que estimule alguém a ter pensamentos agressivos aumentará o comportamento agressivo dela. E a música é uma parte importante de nossas vidas.Assim, as músicas com letras que têm conteúdo sobre a violência podem ser consideradas “tóxicas” para o bem-estar emocional dos jovens. Literalmente, são umas drogas!


É necessário um grande esforço de vigilância dos pais também para as músicas que seus filhos ouvem, bem como aos filmes que assistem e aos jogos de videogame.Os pesquisadores realizaram cinco diferentes experimentos para avaliar a relação entre músicas violentas e pensamentos e sentimentos violentos. Obviamente, as atitudes agressivas seguem os pensamentos agressivos.No primeiro experimento, um grupo de meninos e meninas ouviu músicas com conteúdo violento e um outro não-violento. Então, responderam a um questionário sobre seus sentimentos. O primeiro grupo estava mais hostil do que o segundo, mesmo as meninas.No segundo experimento, após ouvir as músicas, os grupos foram perguntados sobre os significados de palavras ambíguas.


Os que ouviram músicas violentas deram os significados violentos das palavras.No terceiro experimento, mediu-se a rapidez de se ler palavras agressivas. Novamente, o grupo que ouviu músicas violentas sobressaiu-se.No quarto experimento, foram testadas músicas violentas humorísticas. Apresentaram o mesmo resultado apesar do humor.Finalmente, no quinto experimento, as músicas violentas com humor foram comparadas com as não-violentas, como se esperaria, os meninos e meninas que ouviram músicas não-violentas tinham menor hostilidade.Os cientistas concluíram que as músicas violentas influenciam todos os jovens e não somente dos que sofrem de alguma doença mental, como se acreditava. Assim, cabe aos pais falarem com seus filhos sobre como lidar com os conflitos e sobre cooperação e compromisso.Uma outra pesquisa, encomendada pela Comissão Independente de TV, pela Comissão de Padrões de Rádio e TV, pelo departamento de classificação de filmes da Grã-Bretanha e pela BBC, mostrou que a violência em noticiário perturba as crianças.As agências reguladoras de TV e a BBC pesquisaram crianças entre 9 e 13 anos para descobrir como elas absorvem cenas violentas. Para as crianças pesquisadas, o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 foi a pior violência jamais vista. As crianças acham que a violência das notícias é a coisa mais perturbadora do na TV.O estudo diz que as crianças aceitam violência em filmes de TV e desenho animado muito mais facilmente, porque sabem que é inventada. As notícias fazem as crianças ficarem mais preocupadas quando envolvem outras crianças ou que são próximas de onde moram, enquanto outras, mais remotas, têm impacto menor.Diferentemente dos adultos, as crianças não precisam ver atos de violência, e estão mais preocupadas com as suas conseqüências.Que fique o alerta aos pais. Observem o que os filhos vêem e façam algo. Enquanto podem.


*Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Professor do Instituto Municipal de Ensino  Superior de Catanduva e congregado mariano. (Email:  [email protected])