O convênio entre do governo do Paraná e a  prefeitura de Curitiba que  garante o subsídio à  Rede Integrada de Transportes (RIT) deve ser amplamente debatido entre os candidatos nas eleições deste ano. O tema envolve boa parte da população da Capital e consequentemente eleitores, além de ser um dos assuntos mais presentes durante e depois das manifestações de junho de 2013 em Curitiba. 

O subsídio é um repasse mensal de cerca de R$ 7,5 milhões para compensar a diferença entre a tarifa cobrada dos usuários e a tarifa técnica do transporte coletivo. O  governo do Estado  anunciou no último dia 03 de julho, dois dias antes do início oficial da campanha eleitoral, a prorrogação do repasse até dezembro deste ano. Desde a última renovação, no final do ano passado, o convênio tinha prazo para terminar no dia 31 de agosto. Sem a verba, a tarifa ao usuário poderia chegar a R$ 3,18 para manter a integração; ou R$ 2,96 em Curitiba, com tarifas de R$ 4,07 de média em municípios da região metropolitana.
A prorrogação do subsídio ainda é uma medida temporária e não garante o preço da tarifa para além de dezembro. O coordenador da campanha de Beto Richa (PSDB) à reeleição, Eduardo Sciarra (PSD), afirma que a questão ainda é estudada politicamente e uma série de variáveis pode alterar a influência atual do governo com o transporte coletivo dos municípios. A questão administrativa acaba se misturando com a campanha porque trata de um assunto de interesse público, mas não é possível garantir o subsídio para depois de dezembro e o item será amplamente discutido para que seja mantida a integração, recua.
O senador Roberto Requião (PMDB) já disse que a questão do subsídio é uma briga de empresários. Ele acusa o governo estadual de usar atribuição para atacar o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT). Segundo a assessoria de Requião, caso eleito, deve fazer a análise da planilha de custos para enxugar os gastos excessivos. Ainda de acordo com a assessoria, com o levantamento feito por Requião quando governador, ele teria percebido a gordura nos gastos e já conseguido baratear o transporte público sem precisar de subsídio. O candidato garante que vai manter a integração a qualquer custo.
Para a candidata Gleisi Hoffmann (PT), o subsídio é obrigação do Estado e não pode ser usado politicamente. A coligação ainda não divulgou uma proposta de medida efetiva para acabar com o déficit. Não podemos achar que o Estado está fazendo um favor para Curitiba com o subsídio para manter a integração do transporte com a Região Metropolitana. Transporte é política pública e é preciso ter dinheiro público. Isso é dever do Estado. Não é possível que os moradores da Região Metropolitana, e muitos trabalham em Curitiba, tenham que pagar mais caro a passagem ou tenham que utilizar um sistema mais precário para se deslocar ao trabalho, discursa.

Rápida

RIT
A tarifa técnica, que representa o custo do transporte coletivo, em Curitiba é de R$ 2,96 sem contar com a integração, segundo a Urbs. Na região metropolitana, a tarifa técnica independente, sem subsídio do Estado, ficaria em R$ 4,07 em média. Os custo do transporte por usuário, na média ponderada, juntando Curitiba e RMC, é de R$ 3,18 hoje. A Rede Integrada de Transporte (RIT) interliga 12 cidades da RMC. As outras 17 cidades da região metropolitana não tem transporte integrado com Curitiba. São 11 consórcios que administram a rede que transporta diariamente 1,811 milhão de passageiros em 250 linhas de Curitiba e 106 na RMC.