De agosto de 2014 até a segunda-feira (6), 5.889 casos de dengue foram confirmados no Paraná, sendo que 12 evoluíram para a forma grave da doença. A Secretaria de Estado da Saúde também informou a ocorrência de mais três mortes por dengue no Estado. Com isso, sobe para sete o número de óbitos causados pela doença desde o início do ano. Até agora, 32 municípios paranaenses estão em situação de epidemia e outros 28 em alerta por conta do aumento no número de casos.

As novas mortes foram registradas em Ângulo, na região Norte, e Umuarama e São Jorge do Patrocínio, no Noroeste. A confirmação foi feita pela comissão estadual de mortalidade da dengue após análise laboratorial, clínica e epidemiológica de cada caso, com o apoio dos hospitais, secretarias municipais de saúde e regionais de saúde envolvidas. Os outros óbitos do ano ocorreram em São João do Caiuá, Loanda, Assis Chateaubriand e Marechal Cândido Rondon.

Para a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Dengue, Themis Buchmann, a dengue é uma preocupação permanente no Paraná, não apenas nos meses de verão. A população e os profissionais de saúde não devem esquecer da dengue mesmo com as temperaturas mais baixas. Percebemos que o número de casos vem aumentando e não podemos baixar a guarda neste momento, destacou Themis.

Em uma semana, foram confirmados mais de 1.300 novos casos no Estado. No boletim da Secretaria de Estado da Saúde do dia 31 de março eram 4.512 casos de dengue, sendo 4.152 autóctones (cuja contaminação aconteceu nos municípios paranaenses) e 360 importados.

Segundo o último boletim sobre a situação da dengue no Paraná, os municípios que concentram os maiores números de casos são São João do Caiuá (561), Loanda (446), Londrina (317), Jataizinho (307) e Nova Esperança (218).

A dengue é preocupação em todo País. Somente o Estado de São Paulo já confirmou mais de 100 mil casos da doença e isso mostra que a vigilância para eliminação de focos do mosquito transmissor deve ser constante, alerta Ivana Belmonte.

A Secretaria da Saúde informou ainda a ocorrência de mais dois casos importados de febre chikungunya no município de Maringá. Os casos dizem respeito a duas meninas que viajaram para o Caribe no início do ano.

Teste rápido — Disponível desde 2012 na rede pública de saúde paranaense, o teste rápido da dengue tem contribuído para as ações de controle da doença no Estado. O exame, distribuído pelo Governo do Estado aos municípios, é extremamente confiável e reduz em quatro dias o tempo para obtenção do resultado definitivo.

Nesta terça-feira (7), técnicos da Secretaria de Estado da Saúde apresentaram, via videoconferência, o novo protocolo vigente para a utilização do exame nos serviços de saúde do Paraná. O evento contou com a participação de representantes das 22 regionais de saúde, responsáveis pela descentralização dos testes aos municípios.

De acordo com as novas recomendações, o teste é indicado principalmente em situações relacionadas à condição pré-epidêmica do município ou ao caso clínico do paciente. Segundo a chefe do Centro Estadual de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte, o uso do teste rápido é essencial para detectar de forma mais ágil o início da epidemia em um determinado bairro ou até mesmo na cidade.

Desta forma, é possível que o gestor planeje e desenvolva ações de controle do mosquito de maneira focada em regiões com maior perigo, afirmou.

Além disso, o teste rápido ajuda no diagnóstico diferencial de casos graves. Se um paciente chega ao serviço de saúde com sinais de alarme, o profissional deve solicitar o exame para descartar ou confirmar a dengue imediatamente, facilitando a escolha do tratamento mais adequado e diminuindo os riscos de morte, completou Ivana.

Orientação — Os serviços de saúde devem ficar atentos a todo caso considerado suspeito. A partir de agora, outras doenças com sintomas parecidos à dengue começam a circular com maior intensidade. É importante que aos primeiros sintomas a pessoa procure atendimento e não tome medicamentos por conta própria, o que pode agravar o quadro, disse a coordenadora.

O Governo do Estado tem apoiado os municípios em epidemia com a liberação de camionetes de UBV pesado (fumacê) para o combate ao mosquito Aedes aegypti.

O Estado também enviou uma série de medicamentos e outros componentes necessários para o tratamento dos doentes. Equipes das regionais de saúde estão acompanhando de perto o enfrentamento das epidemias e articulando ações de conscientização na comunidade.

O objetivo é intensificar a eliminação manual de todo objeto ou recipiente que possa acumular água e se tornar um foco de dengue, sobretudo em casas e quintais. Atualmente, metade dos criadouros encontrados pelos agentes é considerado lixo, como copos descartáveis, garrafas pet, sacolas plásticas.