CRISTINA CAMARGO SÃO PAULO, SP – Um grupo de indígenas da etnia tupinambá protesta desde a manhã de segunda-feira (4) na rodovia BA-001, no sul da Bahia, por causa do assassinato do agente indígena de saúde Adenilson da Silva Nascimento, o Pinduca, 54, morto numa emboscada na sexta-feira (1). Os manifestantes bloquearam a rodovia e fecharam a ponte que liga o distrito de Olivença a Ilhéus. “A única linguagem que o governo entende é a pressão. Então só sairemos daqui quando enviarem pessoas que possam nos dar garantiras sobre a investigação desse crime e a demarcação de nossas terras”, disse o cacique José Sinval ao Cimi (Conselho Indigenista Missionário). Pinduca foi morto na estrada que liga Ilhéus ao município de Uma, perto da aldeia Serra das Trempes, na Terra Indígena Tupinambá de Olivença. Segundo informações do Cimi, ele voltava de uma pescaria com a mulher, o filho de um ano e uma filha de 15. A família foi cercada por três homens armados e encapuzados. Atingido por tiros, o indígena morreu na hora. A mulher dele, Zenaildes, foi baleada na perna e nas costas, mas sobreviveu. Os dois filhos não sofreram ferimentos. Na madrugada do último dia 27, o líder indígena Eusébio Kaapor, 42, da aldeia Xiborendá, na Terra Indígena Turiaçu, no Maranhão, foi morto com um tiro nas costas quando voltava de uma visita ao filho. Ele foi baleado na garupa de uma moto. Eusébio era uma das lideranças no combate à exploração ilegal de madeira na região. O governo do Maranhão criou uma comissão para investigar o caso.