Estudantes e professores da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) desenvolveram um projeto de extensão no assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Jacarezinho. Durante dois dias, foram feitas ações em saúde, cultura, comunicação, meio ambiente, trabalho, tecnologia, produção e educação em sexualidade.

Além das oficinas, o grupo trabalhou com a comunidade local para criação de um espaço de esporte e lazer em um bosque da Escola Itinerante do assentamento. Foram atendidas cerca de 200 pessoas da comunidade.

José Rafael de Oliveira, 24, coordenador Estadual do Coletivo da Juventude do MST, salienta a importância dos trabalhos. “Acredito que há duas coisas muito importantes nesse processo: aproximar a universidade do campo, do assentamento, e fortalecer a troca de experiências”, diz José.

Para o coordenador do Convênio das Escolas Itinerantes do Paraná (Acap), Cassiano Rodrigo Kapper, a discussão sobre sexualidade com as crianças e jovens foi importante. “Nossa formação de educador não nos dá condições de trabalhar isso na escola e quase não se fala sobre sexualidade em sala de aula”.

Como salienta o coordenador do projeto, professor Luiz Fabiano Zanatta, em ações como esta se apreende muito mais do que se ensina. Suelen Cardoso, 21, aluna de Enfermagem, destaca a experiência. “Fiquei encantada com as pessoas, o respeito que umas têm com as outras”.

Jéssica Fernanda, 23, diz que se surpreendeu com as atividades dentro do assentamento. “Há um preconceito muito grande quando se fala nos Sem Terra. Mas existe uma organização e uma união das pessoas dentro do Movimento. Existe amor, carinho, educação e necessidades humanas como em qualquer outro lugar”, disse a estudante de Enfermagem.

O PROJETO – As ações que foram desenvolvidas no assentamento integram o projeto de Extensão Sexualidade em Movimento, vinculado ao setor de Enfermagem da UENP.

Para o primeiro semestre de 2015, o projeto tem ações agendadas para Londrina, Paissandu e Porecatu. Além de um curso de formação de monitores, que será ministrado em Maringá com 15 membros do MST que contribuirão na realização das sondagens para as oficinas de Educação em Sexualidade.

Ao final das ações, estima-se que o projeto atenderá diretamente mais de 500 pessoas, que deverão se tornar multiplicadores das atividades nas comunidades.