LUIZA FRANCO
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Diretor-presidente licenciado da Eletronuclear preso nesta terça (28) na 16ª fase da Operação Lava Jato, Othon Luiz Pinheiro da Silva fez sua carreira na Marinha, onde se formou como oficial em 1960.
Segundo um dos procuradores integrantes da força-tarefa da Lava Jato, Silva recebeu R$ 4,5 milhões em propina. Os pagamentos, diz a investigação, foram efetuados entre 2009 e 2014.
O executivo -afastado do comando da estatal desde abril- foi preso na manhã desta terça-feira (28) no Rio em nova fase da Lava Jato, que investiga contratos firmados com a Eletronuclear, as obras da usina nuclear Angra 3 e pagamentos de propina a funcionários da estatal, uma subsidiária da Eletrobras.
Quando se aposentou em 1994 da Marinha, Silva era vice-almirante do Corpo de Engenheiros e Técnicos Navais, o mais alto posto da carreira naval para oficiais engenheiros.
Segundo a Academia Nacional de Engenharia, Silva estudou engenharia naval na Escola Politécnica da USP, onde se formou em 1966, e fez mestrado em engenharia mecânica no MIT ( Massachussetts Institute of Technology), com especialização em engenharia nuclear.
De 1982 a 1984 foi diretor de pesquisas de reatores do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares). Em 2005, Silva assumiu como diretor-presidente da Eletrobras Eletronuclear.
Procurada pela reportagem, a Marinha informou que Silva é reformado e foi licenciado do serviço ativo em 1994.