Por mais que nos queixemos por mudanças, às vezes mudar pela simples troca de nomes, ela nem sempre surte os efeitos positivos que desejamos e o tiro pode sair pela culatra. Então, independentemente do que venha acontecer no segundo turno do Campeonato Brasileiro, o primeiro já serviu para apontar algumas certezas para os torcedores do Trio de Ferro paranaense.
Faço essas afirmações porque a péssima administração que o Coritiba fez depois de trocar o seu comando diretivo, sem que os novos administradores tivessem as mínimas condições de ocuparem os cargos que ocupam, tal providência fez com o clube mergulhasse numa crise que poderá levá-lo a segunda divisão.

No gramado, ao sacarem o técnico Marquinhos Santos, numa total falta de responsabilidade e na ânsia de promover um fato novo cometeram um equivoco bem maior que o Couto Pereira. A culpa é total da diretoria. Obviamente que os números obtidos pelo Marquinhos eram ruins. Mas, trocar por trocar não seria o melhor caminho. Alem disso, o time não melhorou o seu rendimento em termos numéricos na tábua de classificação, tampouco passou a jogar um melhor futebol no comando do novo treinador.

Por falar em Nei Franco, devo dizer que não o conheço pessoalmente, mas as informações sobre ele são as melhores possíveis. É um treinador estudioso, de bom caráter e com as melhores intenções possíveis. Entretanto, não faz um bom trabalho há bastante tempo. Por conta disso, a diretoria mudou pela simples mudança.

Eu faria diferente, em primeiro lugar não trocaria o comando naquele momento e se fosse para trocaria por outro profissional com muito mais energia. Todavia, por falta de conhecimento, por serem aprendizes no futebol os novos diretores erraram feio e foram arrogantes quando assumiram o clube. Lembro a todos que em 2009, Ney Franco teve um turno inteiro para salvar o clube do rebaixamento e não conseguiu.

Agora as apostas do Coritiba são nas suas qualidades que em campo elas são dissolvidas e viram pó. São muito poucas. Também passa pela vontade dos jogadores de permanecer na elite do nosso futebol, a qual não é levada a campo pelos atletas. O que eles demonstram é uma apatia monstruosa. Mesmo que vença alguns jogos em seqüência terá de conviver com a humilhante situação de estar à longa data nas últimas posições da competição. E mais, para que haja salvação terá de fazer uma campanha impecável a partir de agora.

Mas, o lado atleticano da cidade está satisfeito. A péssima campanha realizada no Campeonato Brasileiro fez com que também houvesse mudança. Mudaram o comando técnico, trouxeram um treinador sem gripe, deram força aos meninos da base, fizeram investimentos minúsculos em contratações e mesmo assim o time decolou. Faz um bom trabalho e me parece que não correrá riscos como correra no campeonato doméstico.

Assim, verifica-se que o Atlético Paranaense mudou não apenas pela simples mudança. Viu os seus erros cometidos e em pouquíssimo tempo os corrigiu. Logo, independentemente do que venha acontecer no futuro da competição, por ser o futebol um esporte muito dinâmico, o certo é que o Atlético já auferiu lucros nessa temporada. Pois, sem fazer investimento de vulto conseguiu descobrir jogadores que serão vendidos e darão muito lucro ao clube.

E o Parana Clube? Pois é, também optou pela mudança. Um grupo denominado de Paranistas do Bem, aliás, como se os outros torcedores do Paraná Clube não o fossem, promoveram a saída do seu legitimo presidente com o objetivo de mudar os rumos do clube.

Entretanto, o time chega à última rodada do primeiro turno da série B na mesma situação das últimas administrações, briga para não cair. A conversa é a mesma, ou seja, a necessidade de planejar o próximo ano.

Não sei se internamente houve melhorias, pelo menos não se vê jogadores reclamando de falta de pagamento. Mas, em termos técnicos dentro do gramado, houve mudanças e a mim não agradou. Vejo muitas invenções promovidas pelo seu novo treinador, também que ele quer inovar em um momento que a simplicidade pode ter muito mais utilidade. Por mais que o Fernando Diniz, o seu novo treinador tenha vencido dois jogos com essas suas idéias mirabolantes, se optaram por um novo conceito de futebol, os números na tabela dizem que na prática nada mudou.

Será que essas invenções promovidas pelo Fernando Diniz, por mais que seja diferente, porém estéreo, é o que queremos ver nos nossos times de futebol? Eu quero é ver meu time vencer independentemente da forma de jogar e o futuro paranista nos apresenta preocupações.

Edilson de Souza é jornalista e sociólogo