A comparação não é exata, mas a velocidade com que o temporal avançou entre o fim da noite de quarta-feira até a madrugada de ontem bem que lembrou um trem de alta velocidade. Foram mais de 500 quilômetros desde o Oeste até a Grande Curitiba em cerca de 4 horas. A maior velocidade ficou em mais de 107 km/h, bem acima da média de um carro. Um trem bala dos mais lentos (o Intercity 225, que faz a rota Stevenage-Grantham, no Reino Unido) faria o mesmo trajeto em pouco menos de 3 horas.

Mas, neste trajeto, o temporal deixou um rastro de destruição. Passando por vinte municípios, provocou danos em 745 residências e afetou milhares de pessoas, que ficaram sem energia elétrica, telefone e água potável. Só na Região Metropolitana de Curitiba — a região mais afetada pela chuva forte e pelos ventos — a Sanepar estimava que 792 mil pessoas na região tenham ficado sem abastecimento por casua da queda de energia elétrica.

Este foi o principal efeito da chuva sentido pelos moradores da Grande Curitiba. Vários bairros da Capital ficaram sem energia elétrica durante toda a madrugada. Bairros mais ao Norte, como Abranches e Pilarzinho, estavam sem luz até a noite de ontem.

A falta de energia aconteceu desde a região Oeste até chegar a Curitiba durante a madrugada. Até a noite de ontem, 95 mil consumidores estão sem energia no Paraná, o que equivale a 2% do total de unidades atendidas pela Copel (4,3 milhões).

Em Curitiba atingidos foram o Atuba, Abranches, Bacacheri, Barreirinha, Boa Vista, Butiatuvinha, Cascatinha, Cachoeira, Lamenha Pequena, Pilarzinho,Santa Cândida, Santa Felicidade, São Bráz, São João, Santo Inácio, São Lourenço, Vila Guarani, Orleans, Tanguá, Taboão, Tingui.

Ontem, no final da manhã, o Instituto Tecnológico Simepar emitiu nota informando que nos próximos dias não há previsão de novos eventos severos no clima. A partir de hoje, as temperaturas mínimas caem em todo o Estado.