Há alguns dias comecei uma leitura em livros de psicologia sobre insegurança. O meu objeto é entender um pouco sobre segurança emocional, aquilo que os psicólogos chamam de autocontrole. Em poucas páginas verifica-se que um ser inseguro pode não se ver capaz de fazer acontecer, sente-se refém dos outros e do destino. Pode acreditar que só conseguirá uma promoção se o chefe assim o quiser, só fará um curso se alguém convidar, só conversará com alguém se o outro puxar conversa. O inseguro pode se sentir inferior e quando não enfrentamos uma situação difícil não nos damos à oportunidade de vencê-la. A cada derrota aumenta a insegurança e o sentimento de inferioridade.

Mas o que essas colocações têm a ver com futebol? Tem tudo. O futebol é jogado com os pés, motivado pela técnica, mas tem muito do emocional e quem tem boa preparação mental pode vencer até um adversário mais forte. Por exemplo: o Paraná Clube experimentou nas últimas rodadas uma boa recuperação. Conquistou vitórias importantes que o colocaram próximo de seu principal objetivo: a manutenção na Série B em 2016. Alguns mais afoitos já sugeriram que time poderia lutar pelo acesso ainda nessa temporada.

Entretanto, mesmo depois de decorrida metade da competição, o time parece que continua se ajustando e se preparando para a próxima temporada. Há uma oscilação muito grande no desempenho, o que tem trazido perdas de pontos ao time. Não fora essa inconstância em termos técnicos e principalmente emocionais, certamente o Paraná estaria brigando pela ponta da competição.

O time treinado por Fernando Diniz poderia buscar explicações na psicologia para entender suas fragilidades emocionais. Pois é visível a falta de segurança para jogar quando está em vantagem no marcador. Excetuando-se a vitória em Natal, frente ao ABC, em outras oportunidades, mesmo quando esteve vencendo uma partida, o time dava a impressão que seria difícil garantir um resultado positivo. Os exemplos mais recentes ocorreram contra Ceará e Botafogo. Seriam seis pontos importantíssimos na tabela.

No caso especifico do Paraná Clube, a autoestima anda tão baixa que até brigar de forma efetiva para voltar ao grupo de elite parece assustar o grupo justamente em momentos de estresse, nas retas finais das partidas. E o time não tem forças para segurar os resultados de vitória que estavam em suas mãos.

Os estudos psicológicos dizem que o que está por trás da insegurança pode ser um medo de que as coisas não deem certo. Muitas vezes aparece o medo quando a pessoa não consegue ter iniciativa diante de atividades de que gostaria muito de participar. Para o Paraná Clube, a volta à Série A do Campeonato Brasileiro é um desses sonhos, por isso a insegurança. Em outras palavras, o medo de perder tira a vontade de ganhar.

Erros e mais erros!
Já são fatos corriqueiros os equívocos cometidos pelos homens de preto, uns leves e outros mais grosseiros. Os erros de arbitragens ocorrem pelo mundo afora, não são um privilegio apenas no Brasileirão.

Na 22ª rodada, alguns árbitros foram afastados por incompetência. Pensava eu que a partir de então tudo fosse diferente. Eu estava enganado, pois vimos algumas outras barbaridades no último final de semana. Ricardo Marques Ribeiro, um árbitro da FIFA que apitara Fla-Flu, e Emerson Almeida Ferreira, em Sport x Santos, foram afastados pelas atuações calamitosas. Menos mal que os erros cometidos estão sendo punidos.

Mesmo com esses incontáveis erros, eu não faço parte daquele grupo que vê na profissionalização da arbitragem brasileira a solução de todos os problemas. Para mim, esse procedimento não resolveria, apenas daria mais um argumento para discussão. E a pergunta seria: como pode uma cara que só faz isso errar de forma que errou?.

Edilson de Souza é jornalista e sociólogo