Faltando pouco mais de dois meses para acabar o ano, pessoas minimamente organizadas, empresas de pequeno porte e grandes organizações fazem um balanço dos seus desempenhos atuais e já projetam o próximo ano. É um desafio muito grande neste momento turbulento que vivemos no Brasil. Alias, será complicado imaginar em quais condições estará o País que convive com denúncias de corrupção em todos os níveis da administração pública e uma enorme crise de falta de moral.
Assim, imagino que os presidentes dos três clubes da capital paranaense também fazem essa reflexão sobre os seus desempenhos e por certo os classificam como lamentáveis.
O Atlético, por exemplo, com sua soberba, mais uma vez optou por fazer sua pré-temporada no exterior e vender jogos amistosos para arrecadar uma graninha. Deixa de lado a competição estadual e não aproveita esse momento precioso para preparar sua equipe para o Brasileirão. Assusta seu torcedor ao disputar um torneio seletivo para permanecer na elite do futebol paranaense.
Entretanto, outra vez, assusta o seu torcedor, porém agora de forma positiva ao figurar entre os primeiros colocados no Campeonato Brasileiro. Infelizmente, foi apenas um susto, pois a sua realidade realmente era outra e brigará na parte de baixo da tabela até o final da competição.
Então, como todos os projetos até agora fracassaram. No Paranaense não deu resultado; a Copa do Brasil foi um fiasco; no Campeonato Brasileiro, ainda briga para não cair. Logo, resta a sua última aposta: ser campeão da Copa Sul-americana e voltar a disputar a Taça Libertadores de America. Porém, o Atlético tem pela frente algumas pedras no caminho que atendem pelos nomes de Sportivo Luqueño e, se passar, terá um refresco chamado River Plate. Será que dará? O tempo dirá.
O Coritiba, na sua total incompetência administrativa nos últimos anos, tem sofrido demais. Por conseqüência, faz dos seus torcedores um dos mais sofridos do futebol brasileiro. Senão, vejamos: perder um título de campeão estadual dentro de casa para um time do interior deve ser doído, não?
O Clube projetava ter uma ótima participação na Copa do Brasil, mas parou nas oitavas de final. Sobrou o Brasileirão, e aquilo que se transformou em prática comum nos últimos anos — brigar para não cair de divisão — será visto até a última rodada da competição.
E o Paraná Clube cumpriu mais uma etapa do seu calvário. Permanecer na segunda divisão não era o projetado, mas era o previsível. O time, mesmo com toda a boa vontade de seus atuais gestores, ainda não teve a competência necessária para criar um ambiente positivo de ascensão para a Série A. Agora, faltando poucas rodadas para fechar a competição, espero que não corra riscos de cair para a terceira divisão.
Contudo, há motivos para comemoração. Londrina e Operário Ferroviário fecham o ano tendo motivos de sobra para comemorar. Um, no caso do Londrina, o clube fez um bom campeonato estadual e fecha a temporada com o tão sonhado acesso para série B do Campeonato Brasileiro. Outro, o Operário Ferroviário de Ponta Grossa, conquistou o titulo inédito de Campeão Paranaense e obteve um excelente desempenho na série D. Parece que, no próximo ano, se não houver ingerência por parte do Trio de Ferro, nós veremos mais uma vez uma verdadeira festa no interior.

Edilson de Souza é jornalista e sociólogo