NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Às voltas com o processo de remediação dos estragos causados pelo rompimento da barragem da Samarco, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, não voltará ao comando do conselho de administração da Petrobras.
O executivo pediu licença da presidência do conselho em 14 de setembro, após divergências com a direção da estatal. O período de licença vence nesta segunda (30).
Ferreira ainda não se pronunciou sobre o tema, mas já informou interlocutores que não vai voltar.
Na sexta (27), questionado após entrevista convocada para falar da tragédia Samarco, ele não respondeu. No sábado (28), consultado via assessoria, também não quis se manifestar.
Em abril, Ferreira foi escolhido para presidir o conselho independente montado pelo governo para tentar recuperar a credibilidade da estatal após o escândalo do petrolão.
Além dele, o colegiado tinha mais dois executivos ligados à Vale: Clóvis Torres, que é consultor jurídico da mineradora, e o ex-diretor Roberto Castello Branco, hoje na FGV (Fundação Getulio Vargas).
Suplente de Ferreira no conselho da Petrobras e presidente do conselho da BR Distribuidora, Torres renunciou aos dois cargos no início do mês.
Atualmente, o colegiado é presidido por Nelson Carvalho, especialista em contabilidade.
Na sexta, Ferreira lançou um fundo para recuperar o rio Doce após a onda de lama e disse que a Vale está focada neste momento no esforço para mitigar os estragos na região.
Ele afirmou que pretende se concentrar nesse trabalho quando deixar a presidência da mineradora.