Os capacetes de ciclistas à venda no mercado nacional, não apresentam todas a caracaterísticas necessária a dar segurança a quem os usa. Essa é a conclusão de um estudo feito pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

Segundo informações do Ministério da Saúde, cerca de 16 mil ciclistas morreram entre 2003 e 2013 vítimas de acidentes no trânsito. Por conta deste alto número, ao Programa de Análise de Produtos do Inmetro fez uma avaliação sobre a segurança dos capacetes à venda no mercado brasileiro.

Foram analisadas as características gerais do produto, incluindo a rotulagem, de oito marcas, sendo três de uso infantil e cinco de uso adulto. Destas, três foram consideradas não conformes, sendo duas reprovadas no teste de eficiência do sistema de fixação, e a terceira em dois ensaios: resistência e facilidade de abertura do sistema de fixação e absorção de impacto. Além disso, todas demonstraram não conformidades no aspecto da rotulagem.

Cada vez mais os brasileiros estão adotando a bicicleta para o lazer e como meio locomoção, pois há um investimento grande nas construções de ciclovias nas capitais, além do estímulo ao uso de transportes alternativos e sustentáveis. Por isso, é importante o uso de equipamentos de segurança, e que de fato ofereçam proteção aos seus usuários em casos de queda ou acidentes. Os resultados demonstram a não conformidade do mercado para a questão da rotulagem, destacou Isabela Alves, responsável pela Análise.

Foram avaliados cinco itens dos produtos

Para a análise, foram realizados cinco tipos de avaliações. Dentro do grupo de características gerais, o ensaio de materiais e construção, para avaliar as características dos materiais utilizados na construção e a durabilidade sob influência do envelhecimento ou das circunstâncias de uso, como a exposição ao sol, ou outras intempéries, apenas uma marca foi reprovada. Na avaliação de marcação, para verificar se o produto traz as informações obrigatórias (nome, fabricante, CNPJ, etc) exigidas por norma, todas foram consideradas não conformes. Já na avaliação de informações fornecidas pelo fabricante/importador, como instruções de uso e proteção, três das oito marcas foram reprovadas.

O ensaio de campo de visão foi o único onde todas as marcas foram consideradas conformes. Já no de resistência e facilidade de abertura do sistema de fixação, conhecida como cinta jugular, apenas uma marca foi considerada irregular. Para o de eficiência do sistema de fixação, duas marcas foram reprovadas.

Por fim, na avaliação de absorção de impacto, apenas uma marca foi reprovada, a mesma que apresentou não conformidade no ensaio de resistência e facilidade de abertura do sistema de fixação.

Diante dos resultados, o Inmetro realizará uma avaliação do impacto regulatório do produto, de forma a avaliar a viabilidade de desenvolver um regulamento de segurança dos capacetes para condutores de bicicleta e usuários de patins, skates e semelhantes, em conformidade com a norma técnica brasileira, ou até um Programa de Certificação, finalizou Isabela Alves, responsável pela análise.