SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nome importante da crítica musical brasileira, o jornalista Mauro Dias morreu neste domingo (31), aos 66 anos, em São Paulo, onde morava.
Ele sofria de câncer de esôfago e estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital Dom Antônio de Alvarenga, no bairro do Ipiranga, segundo a mulher, Cristina Vecchio.
Em uma carreira de quase 40 anos dedicada à música, Dias trabalhou para os jornais “Última Hora”, “O Globo” e, por cerca de 15 anos, para o “O Estado de S. Paulo”, onde permaneceu até 2004. Em seus textos, sempre procurou dar espaço a artistas independentes.
“Se eu comento o disco novo de Caetano Veloso, nada muda na vida (ou na obra) de Caetano Veloso. Se eu comento o disco, por exemplo, de Ilana Volcov (…), ajudo a torná-la um talento indiscutível, um pouco mais conhecida do que ela é”, escreveu em seu blog, em 2010.
Foi assim também em seus últimos anos, quando se dedicou à produção musical e à já extinta loja Mauro Discos. na Barra Funda. No lugar, dava preferência a trabalhos de músicos de pouca repercussão. “Chegavam lá com caixinhas de CDs debaixo do braço. Se ele ouvisse e gostasse, vendia”, conta Cristina.
Frequentadores podiam ouvir os discos em discmans espalhados pela loja e assistir a shows em um palco batizado de Mauro Noites -como também era chamado o jornalista, por causa de seus hábitos noturnos.
Costumava negar, lembra a mulher, avaliações pessimistas sobre a música brasileira. “Os talentos estão aí, a gente é que não sabe procurar”, dizia.
Dias deixa quatro filhos e duas netas. O velório será no fim da tarde desta segunda-feira (1º), no cemitério da Vila Mariana, e a cremação na Vila Alpina, nesta terça (2), às 11h.