GUILHERME BRENDLER, ENVIADO ESPECIAL
FRANCO DA ROCHA, SP (FOLHAPRESS) – Depois de uma chuva que deixou a cidade submersa, prédios públicos, escolas e hospitais de Franco da Rocha tentam voltar ao normal.
As chuvas entre a noite de quinta (10) e sexta (11) deixaram 25 mortos Estado de São Paulo.
A Câmara Municipal, por exemplo, teve uma segunda-feira atípica.
O que normalmente é um dia tranquilo, sem grandes atividades, foi de muito trabalho para os vereadores, assessores e voluntários.
Uma força-tarefa foi organizada para limpar o Parlamento municipal. Na entrada da Casa, dezenas de impressoras, microondas, dois fogões, extintores de incêndio e muito papel. Alguns documentos repousavam sob o sol para, quem sabe, serem recuperados.
Célio Campos, chefe de comunicação da Câmara, disse que os papéis que estavam sobre uma lona preta eram processos recentes que ainda não haviam sido digitalizados. “Vamos tentar recuperar pelo menos algumas informações. O que não está aqui fora foi tudo pro lixo”, afirmou.
Nos fundos do prédio, havia uma pilha de lixo composta de santinhos, exames médicos, cartões de visita, grampeadores e outros materiais de escritório.
O presidente da Câmara, Toninho Lopes (PSD), disse que depois da última grande enchente na cidade, em 2011, foram trocadas as divisórias dos gabinetes, que eram de madeira, para PVC, e as cadeiras de estofado deram lugar a cadeiras de plástico para evitar mais prejuízos.
O expediente foi suspenso até quarta-feira (16). Na quinta, Toninho Lopes e presidentes de Câmaras de outros municípios atingidos têm uma audiência com o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
No hospital de custódia Professor André Teixeira Lima, destinado a atender presidiários, o prejuízo também foi grande. Na sexta-feira (11), às 6h, os 540 pacientes homens e as 80 mulheres foram transferidos para outros centros de detenção.
Quando foram abertas as comportas da represa Paiva Castro, parte do sistema Cantareira, o local foi inundado até o telhado. Os pacientes haviam sido removidos antes.
ESCOLA
A escola estadual Bendito Fagundes Marques recebeu desde domingo (13) um mutirão de voluntários, professores, pais de alunos e profissionais da limpeza para ajudar a tirar a água e a lama das salas de aula.
Ali, as aulas só irão voltar na quarta. Antes disso, a direção vai mandar refazer a dedetização. “Fizemos a dedetização da escola em janeiro. Agora teremos de fazer tudo de novo”, afirmou a diretora Ana Paula Paris.
A escola perdeu muitos papéis, como apostilas, documentos, histórico de alunos, mas conseguiu salvar os computadores da sala de informática.
Na rede municipal e creches voltaram ao normal, com exceção de duas escolas: uma no centro e outra no bairro Pouso Alegre, ainda sem previsão de reabrir as portas.
Após visita no domingo (13), o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, colocou a Defesa Civil o município à disposição do correligionário Kiko Coleguim, prefeito de Franco da Rocha. A limpeza da cidade foi concluída no centro e direcionada para os bairros.
Os bairros mais atingidos foram Lago Azul e vila Nossa Senhora Aparecida. A prefeitura, com ajuda de voluntários, está realizando limpeza nos dois bairros, já que o centro foi limpo no final de semana.