Na coluna passada comentei aqui na coluna que este clássico Atletiba seria um divisor de águas para o técnico Gilson Kleina e agora que o jogo terminou eu posso confirmar e acrescentar alguns fatores que percebi depois de ver a partida. Muito além de perceber que isso se confirmou, também vários detalhes me chamam a atenção dois lados.

No lado verde e branco, o técnico mostrou que tem um elenco favorável ao seu trabalho. Os jogadores que geralmente não estavam jogando bem, acabaram superando as expectativas da torcida e jogaram. No caso nítido foi Negueba, que estava devendo. Kleber mostrou a vontade de entrar em campo, depois de ficar muito tempo fora. Para um jogador fora de ritmo, voltar de contusão e direto no clássico, ele bem poderia dizer que não poderia jogar e esperar.

O técnico coxa-branca não fez milagres e nem mesmo o time voltou a jogar o seu melhor futebol e vou aqui deixar bem claro que a minha opinião de que o time precisa de mais reforços. E está provado que Gilson Kleina não é o problema do time. Ao que parece, o Coritiba correu atrás de reforços de uma forma mais lenta do que o seu torcedor estava querendo, só este mesmo torcedor espera que a diretoria continue procurando e contratando.

Do lado rubro-negro a coisa pode ser um pouco mais complicada do que a sua torcida estava pensando, já que não só foi dominada pelo adversário em casa, como nem o novo gramado jogou a favor do time, que já se acostumou com ele. Walter perdeu peso e o faro de gol. Nikão já voltou de um reforço físico e agora está do Departamento Médico. Marcos Guilherme estava perdido em campo. A meia cancha do Atlético tomou um vareio do Alan Santos e do João Paulo. O técnico Paulo Autuori terá muito trabalho para transformar o time tecnicamente e talvez o torcedor não dará muito tempo. Perder um clássico tem peso maior que perder três jogos.

Agora o divisor de águas de sexta-feira passada está nas mãos do comandante rubro-negro, que na minha opinião, continua sendo um bom técnico, precisa de mais tempo, também precisa de algumas contratações, mas precisa passar de fase na Primeira Liga, uma aposta do presidente Petráglia, que peitou a CBF, batalhou junto com outros dirigentes para viabilizar este torneio. Agora o técnico está com um problema para resolver, que é fazer o time jogar, fazer Walter voltar a marcar gols, fazer o time melhorar tecnicamente, se classificar para a final da Primeira Liga e ainda ter tempo de fazer o trabalho a médio e longo prazo que ele tenta implantar no grupo de jogadores.

O Operário de Ponta Grossa está irreconhecível. Precisa vencer e ainda torcer por uma combinação de resultados, inclusive jogando com este mesmo Atlético pressionado por vitórias. Esta pressão toda no Germano Kruger, no fim de semana, pode definir o futuro do técnico atleticano, o futuro do time de Ponta Grossa e ainda a classificação do Atlético para jogar mais um clássico na próxima fase. Teremos dias difícieis.

E Walter. Claro que as piadinhas estão rolando soltas. Os comediantes de plantão estão sugerindo levar o atacante a uma churrascaria e fazer o cara ganhar peso de novo, já que ele acima do peso era goleador e agora até sua presença em campo é difícil de reconhecer. Brincadeiras à parte, falei com um amigo terapeuta que falou que um problema psicológico pode estar deixando a cuca do Walter atrapalhando seu jogo, já que ele passou muita privação por falta de comida fartura, mesa cheia significa que ele superou suas difíceis fases da vida.

Mauro Mueller é apresentador do Show de Bola da Rede Massa, radialista e ator