O prefeito de Paranaguá, Edison Kersten, foi a Piracicaba e Campinas, no Estado de São Paulo, na quarta e quinta-feira (23 e 24) para acertar detalhes para que sejam implantados em Paranaguá mosquitos Aedes aegypti geneticamente modificados. Estudos comprovam que em locais com tais insetos o número de casos de dengue reduziram em 90%.

Os insetos machos (também conhecidos como Aedes do bem) são produzidos em laboratório e quando implantados numa área cruzam com fêmeas selvagens, que postam larvas que não chegam à fase adulta. Ou seja, elas morrem antes de se tornarem mosquitos alados, que acabam contaminando pessoas e transmitindo também doenças como Zika e Chikungunya.

O prefeito Edison visitou o laboratório da empresa Oxitec do Brasil, em Campinas, e foi atendido pelo diretor Cláudio Fernandes. Ele estava acompanhado da secretária municipal de Saúde, Sandra Luzia Machado, do vereador Arnaldo Maranhão, representando a Câmara Municipal, da médica infectologista do Estado do Paraná, Amanda Flenik Kersten, e dos membros da Sala de Situação, Caio Fernandes e Elen Soares (superintendente da Vigilância em Saúde).

Na quinta-feira foi realizada reunião com membros da empresa para discutir a questão de contratação (por inexigibilidade de licitação, pelo fato ser a única empresa que produz tal mosquito no Brasil). Essa modalidade de contratação agiliza o processo . Repassamos nosso histórico e baseado nisso ficou definido que vamos priorizar bairros com maior número de casos, neste primeiro momento, atendendo uma área de 30 mil moradores, explicou o prefeito Edison, que espera que a primeira implantação de mosquitos ocorra num prazo de 3 meses. O custo será de R$ 100 mil mensais, para um contrato de 2 anos.

A intenção do prefeito é tentar viabilizar recursos junto aos governos federal e estadual para pagar o montante e aumentar a cobertura, beneficiando assim uma parcela maior da população. Estamos aguardando reunião com a Secretaria de Estado da Saúde para acertar uma apresentação da empresa para que sejam firmadas parcerias com outras cidades, como Foz do Iguaçu e Londrina, por exemplo, que também estão com alto número de casos de dengue, como em Paranaguá, explicou o prefeito.

O prefeito Edison também vai tentar viabilizar a instalação de uma fábrica-laboratório do Aedes do bem em Paranaguá, para produção do mosquito na própria cidade, abastecendo assim outros municípios do Paraná e de estados vizinhos, pelo fato de ser pioneira.

O grupo também conheceu métodos de combate à dengue utilizados por Piracicaba e foi atendido pelo secretário municipal de Saúde, Pedro Mello. Recentemente um bairro da cidade, com população de 5 mil pessoas, recebeu os Aedes do bem e verificou-se redução de 90% no número de casos num curto prazo. O município já elevou para 60 mil a parcela da população que será beneficiada com a técnica.

O vereador Arnaldo Maranhão disse que como cidadão está esperançoso num combate mais efetivo ao Aedes Aegytpi. Vim de lá (de Piracicaba) muito feliz. É um projeto muito sério o do ‘Aedes do bem’ e vimos que os resultados são altamente positivos. A empresa tem muita credibilidade e usa tecnologia de ponta, fazendo um trabalho extremamente sério, atestou o parlamentar.