Existem várias situações que causam a diminuição da imunidade do organismo. Alguns casos de diabetes, a AIDS, remédios que evitam a rejeição depois de transplantes de órgãos, quimioterapia para tratamento do câncer, imunossupressores para o tratamento de diversos tipos de reumatismo, alcoolismo crônico, infecção do sistema nervoso central e doenças crônicas dos pulmões, fígado e rins são alguns exemplos. As pessoas imunossuprimidas têm risco maior de doenças infecciosas, se comparadas com a população em geral. É neste contexto que a vacinação preventiva deve ser uma estratégia médica seguida por este público, afirma Myrna Campagnoli, diretora médica do Laboratório Frischmann Aisengart.

A médica descreve que as vacinas têm três tipos diferentes de componentes. O primeiro tipo são as feitas com bactérias ou vírus mortos, e o segundo são as produzidas a partir de proteínas ou açúcares extraídos de bactérias ou vírus, ou sintetizados em laboratório. De um modo geral, estes dois tipos de vacinas são seguros em pacientes com o sistema imunológico prejudicado.

O terceiro tipo são as desenvolvidas com bactérias ou vírus vivos atenuados. Estas vacinas são, em geral, contraindicadas em pacientes com baixa imunidade. Isso acontece porque o mecanismo de ação deste tipo de vacina é fazer com que essas bactérias ou vírus atenuados (mais fracos) causem uma doença bem leve nos pacientes e os induzam a formar anticorpos, que protegerão o indivíduo de organismos mais virulentos (mais fortes). Ela é segura para indivíduos saudáveis mas, por produzirem uma infecção mínima, são perigosas para pessoas com imunidade baixa, explica Myrna.

Caso seja necessária a aplicação deste terceiro tipo de vacina, a médica afirma que o ideal é que ela seja administrada de quatro a doze semanas antes do começo do tratamento com imunossupressão ou dois a três meses após a interrupção. Caso contrário, é preciso avaliar com o médico prescritor os riscos e benefícios desta vacinação e, se possível, postergá-la neste público, até um momento mais seguro, reforça. Encontram-se nesta categoria as vacinas contra varicela, herpes-zoster, sarampo-caxumba-rubéola, febre amarela e BCG.

Confira abaixo as vacinas recomendadas para os imunossuprimidos:

– Gripe: anualmente

– Tétano: caso não tenha recebido nos últimos dez anos

– Pneumocócica (contra a bactéria Pneumococo que causa pneumonia, infecções de vias aéreas superiores como sinusite, dentre outras): uma vez, a cada cinco anos

– Hepatite A: duas doses, com intervalo de seis a doze meses entre as aplicações. Reforços a cada dez anos

– Hepatite B: três doses em um, dois e seis meses

– Meningocócica (contra a bactéria Meningococo, que causa meningite, infecções em articulações e sepse -infecção generalizada-, dentre outras doenças): caso não tenha sido vacinado antes

– HPV : homens e mulheres entre 9 e 26 anos