O cenário curitibano é repleto de lendas urbanas. Na região central da cidade, por exemplo, há o edifício Maison Blanche, que seria mal assombrado, e o edifício das Acácias com sua estátua da águia bicéfala. Mas não são só as construções pela cidade que guardam histórias curiosas. O nome dos próprios bairros de Curitiba, aliás, escondem lendas, em sua maioria de origem indígena.
Resgatar lendas é uma maneira de estudar a História do lugar e passá-la de geração em geração de uma forma divertida e não monótona; A orgiem dos bairros de Curitiba, de seus nomes, por exemplo, remete a lendas, afirma Luciana do Rocio Mollon. As vezes a pessoa mora num bairro como o Tatuquara, mas nem sabe o porque desse nome. Então é um resgate histórico, completa.

Tatuquara, aliás, significa buraco do tatu ou toca do tatu em tupi-guarani, segundo Luciana. Reza a lenda que na região morava um índio que virava tatu para namorar a loira de uma fazer. Um dia, porém, o pai da mulher descobriu o relacionamento secreto e foi atrás do indígena. Foi quando os dois apaixonados viraram tatu e foram para debaixo da terra.
Outro bairro cujo nome remete a uma lenda indígena é o Juvevê. Conta Luciana que na Curitiba do século XVII vivia uma linda índia chamada Ju, cuja mãe sempre alertava o perigo de se aproximar da aldeia dos brancos. Um dia, porém, ela desobeceu e se escondeu atrás de uma árvore para espiar a vila. Um homem branco percebeu sua presença, a violentou e matou, escondendo o corpo no tronco de uma árvore espinhosa que ficava perto de um rio, o Juvevê.
Um dia, uma índia passava com sua filha, que estava doente, pelo local. O espírito de Ju então teria saído da árvore e revelado que seu fruto era milagrosa. A jovem então comeu do fruto e a febre passou na hora. Reza a lenda que o fruto da planta Juvevê é milagroso e capaz de curar qualquer doença.