Mais um relacionamento se foi, enquanto outro começou. Uns dão um tempo, outros engatam o fim de um em novo começo. Outros retornam para mais uma chance, outros entram na caverna da solidão não voluntária e hoje em dia, muitos ficam no limbo das conversas de aplicativos.

No dicionário informal, looping é uma repetição automática de ocorrências, o velho e conhecido andar em círculos. Mas, qual o motivo de repetirmos sempre o mesmo padrão de comportamento diante de uma situação? Se você notar bem, não sabotar suas memórias, vai perceber que há um intervalo supostamente diferenciado, mas a sequência volta a se repetir.

E na conhecida inteligência emocional, estudiosos avaliam que sempre há um gatilho para começarmos a série do looping. É nessa hora, com poder de identificação, que devemos mudar a memória, a fim de evitarmos o movimento repetitivo.

Mudança – Sem apego a credos e filosofias de bolso, o looping existencial está ligado ao próprio movimento da vida. Entretanto, o incômodo é quando esse movimento se torna repetitivo, só muda o cenário, o tempo e a personagem sempre é você.

Para quem acorda ao final de um looping e pronto a engatilhar o próximo giro, que no final das contas vai deixá-lo no mesmo lugar, o susto é grande e a única forma de sair desse processo cíclico é partir para mudança.

Mudar hábitos, transformar formas de pensar. Mudar dói. A dor vem pelo desapego, aceitação. Não é fácil ou difícil, exige treino. Treino é algo contínuo, tem método. Cada passo te leva a um nível diferente, cada diferença é um novo desafio. Você desiste e volta cinco casinhas e está lá, a chave do looping prontinha para te engolir novamente.

Pesquisas apontam que um hábito demoraria em média 66 dias para ser inserido, porém cada qual com seu patamar de dificuldade, como numa dieta alimentar, detox de relacionamentos, tomar três litros de água por dia, enfim, algo personalizado, pois depende do grau de disposição de cada indivíduo.

Como faz? – O primeiro passo foi identificar o looping, depois seu gatilho. Em seguida, assumir a necessidade da mudança e isso tem que ser agarrado. Uma vez determinado, você entra num portal chamado vida nova e cada um procura seus meios. Somos livres para traduzir essa mudança por meio da espiritualidade, terapias, lições com mestres ou de forma autodidata.

Vai passar pela dor, a dor de se reconhecer, mas transformar o conceito de dor também é importante. Ela nos torna fortes e corajosos, mais dispostos a assumir o comando mental, viciado em fórmulas prontas. Mas não esqueça: um dia de cada vez!

Ronise Vilela é jornalista e ativista de redes sociais.