A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN-PR) reiniciaram o processo de tratativas para o Tombamento Federal do primeiro sistema de abastecimento de água no Paraná. Junto à Serra do Mar, nos Mananciais da Serra, em Piraquara, a construção do sistema foi iniciada em 1904 e ainda ali permanecem o conjunto dos 17 reservatórios que abasteceram Curitiba. 

De 1908 até 2004, do Reservatório do Carvalho, o principal, uma grande tubulação de 38 km levava água até o reservatório do Alto São Francisco, em Curitiba, abastecendo a capital paranaense.
Recentemente, representando a Sanepar, o técnico em Patrimônio Histórico, Manoel César Santos, se reuniu com a equipe do IPHAN para apresentar um dossiê com cópias de documentação, vídeos, fotos históricas, projetos e relatórios da antiga Empresa de Melhoramentos do Paraná, do Departamento de Água e Esgoto e da Sanepar referentes aos Mananciais da Serra e Reservatório São Francisco.
Manoel explica que o pedido atual foi feito em novembro de 2016, com um dossiê contendo uma extensa e diversa documentação sobre o primeiro sistema de abastecimento de água do Estado, e que este foi o início de um longo processo. Este é o terceiro pedido de tombamento solicitado pela Sanepar.

A impressão que o IPHAN nos passou é que a riqueza histórica, a tecnologia utilizada na época e a função do ‘sistema’ contribuirão para que o processo transcorra com bons resultados e, assim, Curitiba, Piraquara e o Paraná possam vir a ter esses bens tombados em nível federal, afirmou. O técnico explica que o tombamento é uma garantia de preservação. Esse pedido fortalece a imagem da Sanepar e a história do saneamento do Paraná e de Curitiba. Assim, a história pode ser contada para as próximas gerações, diz.

A partir de agora, o Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização (DEPAM) deve analisar se o pedido é coerente e, depois, a documentação passará por uma análise jurídica, que pode produzir uma notificação tornando o bem tombado provisoriamente até que o Conselho Consultivo aprove o pedido e o Ministro da Cultura homologue. Caso o Conselho ou o Ministro recusem, o tombamento provisório deixa de existir. Ao ser aprovado pelo Ministro, o primeiro sistema de abastecimento será inscrito no Livro do Tombo e, então, se tornará um bem tombado definitivamente.