Depois de oito dias de greve e muito transtorno para os usuários do transporte público, acabou ontem a greve dos ônibus em Curitiba e região. Já no final da tarde, 100% da frota estava nas ruas com a volta ao trabalhos de motoristas e cobradores. O fim da greve foi decidido durante uma reunião de emergência entre Urbs, sindicatos dos trabalhadores e das empreas e a Coordenação da Região Metropolitana (Comec).

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Na reunião, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região (Sindimoc), levaram ao conhecimento da Urbs, Comec e Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região (Setransp), que em assembleias realizadas durante a madrugada de ontem, a categoria votou por aceitar uma proposta da desembargadora desembargadora Marlene Suguimatsu, vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR).

A proposta de 6% de reajuste, R$ 400 de abono, e 15% no cartão alimentação, entre outras, foi colcoada à mesa durante a reunião na tarde de ontem. Para colocar fim à greve a Urbs decidiu que incluirá na planilha técnica que remunera as empresas contratadas para operar o sistema a diferença de 6% para 15% no vale-alimentação dos trabalhadores. A medida não tem nenhum tipo de impacto no valor da passagem paga pelo passageiro, garantiu o presidente da Urbs, José Antonio Andreguetto.

Com o acordo firmado, agora só falta a homologação pelo TRT-PR. O acerto entre as partes para o fim da greve também cancela o julgamento do dissídio coletivo que o TRT marcou para julgar a greve, após a audiência de terça-feira passada ter acabado sem acordo entre trabalhadores e patrões.

Agora, o piso do motorista de ônibus vai a R$ 2.334,13 e o de cobradores para R$ 1.322,21. Os trabalhadores ainda terão um abono de R$ 400 a ser pago em maio — no caso das empresas de Curitiba, e parcelado para os trabalhadores que atuam em linhas administradas pela Comec.

O cartão alimentação vai edos atuais R$ 500 para R$ 575. Ficou garantido o anuênio sem congelamento, manutenção dos postos de trabalho para os cobradores por no mínimo um ano e a compensação dos dias parados sem deconto nos salários.

Urbs vai arcar com R$ 5,4 milhões
A diferença de percentual de 6% para 15% no vale alimentação de motoristas e cobradores está fora do que foi projetado pela Urbs, e resultará em cerca de R$ 5,4 milhões a mais no ano. Faremos um grande esforço para absorver essa diferença dentro do Fundo de Urbanização e, mais uma vez, reafirmamos que não existe qualquer possibilidade de aumento de tarifa para o passageiro até fevereiro de 2018, disse o presidente da Urbs, José Antonio Andreguetto.
Em fevereiro a Urbs aumentou a passagem de ônibus em Curitiba em 15%. Neste aumento já estava previsto um reajuste na casa de 6% no salário dos trabalhadores e outros itens que impactam a tarifa. O vale-refeição não faz parte desta conta. Andreguetto também disse que procurar um acordo para por fim à greve foi uma determinação do prefeito Rafael Greca, para não prejudicar anda mais o usuário do transporte.