DIOGO BERCITO
MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) – O terrorista responsável pelo ataque em Londres nasceu no Reino Unido e foi investigado anos atrás pelo serviço secreto britânico, disse na quinta-feira (23) a primeira-ministra conservadora, Theresa May. Sua identidade, porém, não foi revelada.
O agressor foi responsável pela morte de três pessoas nos arredores do Parlamento britânico antes de ser morto por um policial. Cerca de 40 pessoas foram feridas por essa ação, reivindicada durante a manhã pela organização terrorista Estado Islâmico.
“O que posso confirmar é que esse homem havia nascido no Reino Unido e que há alguns anos ele foi investigado pelo MI5 em relação a preocupações sobre extremismo violento”, afirmou May ao Parlamento. O MI5 é o serviço secreto britânico.
Segundo May, o terrorista era considerado uma “figura periférica” e não havia indícios sobre a sua intenção de cometer um atentado.
A informação de que o terrorista nasceu no Reino Unido deve silenciar os grupos contrários à migração que, na sequência do ataque, acusaram o governo de ter facilitado atentados ao permitir a entrada de migrantes.
A mesma relação foi estabelecida pela extremista francesa Marine Le Pen, que concorre à Presidência, e utilizou o atentado a Londres para ressaltar a importância de um controle fronteiriço.
Em meio às investigações, a polícia britânica deteve oito pessoas em seis locais em Londres e em Birmingham.
Houve um minuto de silêncio no Parlamento e diante do quartel da polícia em homenagem às vítimas. O ato foi realizado às 9h33 do horário local (às 5h33 em Brasília) -933 era o número do uniforme do policial Keith Palmer, morto a facadas.
Há uma vigília planejada para as 18h locais (às 14h em Brasília) na praça Trafalgar.
INSPIRAÇÃO
O terrorista atropelou pedestres na ponte de Westminster, chocou-se contra as grades de um edifício parlamentar e esfaqueou um policial que estava desarmado. Ele foi morto em seguida.
O atentado coincide com o primeiro aniversário dos ataques que mataram 32 pessoas em Bruxelas. Essa ação se assemelha em sua técnica e equipamento aos atropelamentos de Nice, em julho, e de Berlim, em dezembro.
O governo está tratando desse caso como o de um lobo solitário inspirado pelo extremismo de organizações islâmicas como o Estado Islâmico e a rede Al Qaeda.
A reivindicação desta manhã pelo Estado Islâmico não prova sua participação real no atentado. O terrorista pode ter se inspirado na propaganda disponível na internet, em que essa facção radical sugere ataques com carros e facas, sem ter no entanto um contato direto.
FRANÇA
Entre os feridos há três estudantes franceses de ensino médio que visitavam Londres em uma viagem escolar. O ministro francês do Exterior, Jean-Marc Ayrault, viajou à capital britânica para oferecer sua solidariedade.
A França foi também alvo de atentados terroristas nos últimos anos, incluindo um massacre com 130 mortos em novembro de 2015, em Paris.